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“Foi importante começar de baixo”, diz Pedro Calloni que hoje vive da música em Los Angeles

Pedro Calloni – Foto: Divulgação

Radicado nos Estados Unidos há seis anos e meio, Pedro Calloni divide o tempo entre sessões de gravação para orquestras, bandas e vocais, no The Village Studios – por onde já passaram nomes como, Ray Charles, Rolling Stones, e Lady Gaga –  e como multi-instrumentista, engenheiro de mixagem e produtor freelancer. Mas a caminhada até aí não foi tão simples quanto parece. Estudou muito para conquistar uma bolsa na Berklee College of Music em Boston, trocou gravações por pizzas, para fazer portfólio, e enviou currículo até chegar a primeira oportunidade, mesmo começando de baixo.

“Não houve processo de transição entre universidade e indústria. Porque quando cheguei em Berklee para cursar Music Production and Engineering, já sabia que tinha que construir portfólio para ter algo para mostrar quando saísse. Foi o que aconteceu. Cheguei em Los Angeles, bati nas portas dos estúdios até entrar”, relata.

De acordo com Calloni, para entender esse aspecto do estúdio como uma indústria de serviço tem que trabalhar muito, mostrando esse comprometimento com o trabalho, que é cuidar do cliente, não importa se é servindo café, limpando sala ou gravando música. “É assim desde sempre e com todos. E uma hora vai subindo até chegar onde você quer, que é gravar músicas. Então, todo esse processo foi muito importante”, reconhece.

Há quase três anos trabalhando no The Village e em paralelo com outros artistas, o musicista entende que é preciso estar atento e fazer bons trabalhos, porque “nunca se sabe quem mais tá olhando” o que explica a razão de ter sido convidado a trabalhar com nomes como David Mathews Band, Jason Mraz, Nas, Lukas Nelson e John Alagia, inclusive para tocar com a cantora  Anitta, na Billboard em Nova York. “Um trabalho puxa o outro. Você trabalha com uma pessoa e depois essa pessoa te leva pro outro projeto, então é tudo muito conectado”, explica.

São mais de 35 álbuns de diferentes artistas, sendo um indicado ao Grammy, o que lhe rendeu um contrato com Rupert Lincoln, tornando-se o primeiro engenheiro de mixagem a fazer parte do portfólio do empresário.

Foto: Divulgação

Pedro também trabalha para alavancar a carreira de novos músicos como o caso da cantora portuguesa Maro, seu primeiro projeto depois que saiu de Berklee. “Passamos uma semana dormindo no estúdio, porque ela queria gravar um álbum triplo, o que na época soava como um projeto ousado, já que éramos recém formados, sem dinheiro, e o álbum triplo seria da sua estreia. Uma loucura, mas que deu muito certo”, revela.

Maro integra hoje o portfólio de Quincy Jones (ícone da indústria do entretenimento), e teve sua agenda de shows lotada em 2019 no Brasil. Outros nomes como o músico alemão Max Embers, a cantora, produtora e multi instrumentista canadense Maddie Jay e a cantora e compositora norte-americana Joy Oladokun também são apostas de Calloni, que acredita que em breve serão as próximas revelações.

Atualmente o Calloni está mixando o álbum da cantora Sasha Sloan, que será lançado pelo selo da RCA. Mixou e masterizou o primeiro single lançado recentemente, do produtor, Dj e compositor, King Henry, que tem trabalhos com Beyoncé, Justin Bieber, Miley Cyrus, inclusive Pablo Vittar, e mixou as 14 faixas do próximo álbum da banda carioca A Banca 021. Trabalho realizado a distância por whatsApp e vídeo.

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