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O ator, apresentador, produtor, roteirista e humorista Marcos Veras é um cara que não para nem quando uma pandemia atinge o mundo, dentro do possível. Ele toca vários projetos simultâneos enquanto aguarda a chegada de Davi, seu primeiro filho, fruto de seu relacionamento com Rosane Mulholland. “Uma delicia e uma loucura. Delicia porque é um momento lindo, de amor e esperança gerar um filho. Loucura por ser nesse momento caótico que o mundo vive”, diz sobre o fato de se tornar pai.
Em papo com o Site RG, Veras contou sobre os trabalhos que vem fazendo sozinho e com os companheiros Zé Dassilva e Dino Cantelli, em encontros virtuais. “Antes mesmo da pandemia nós vínhamos nos reunindo para criar. Com a quarentena isso se intensificou e estamos criando argumentos para séries de TV e cinema. Além de criar conteúdo para web.”
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Humorista nato, Veras diz que é um ator de formação, mas que o humor está em seu DNA.
Leia a seguir íntegra da entrevista.
Como nasce o Marcos Veras artista, pode fazer um breve resumo?
Acho que nasce em 1999, quando entrei para a Escola de Teatro. Apesar de antes disso já demonstrar grande afeição pela arte. Sempre curti humor, TV, livros, artes em geral. Mas na escola entendi que queria fazer isso da vida, viver disso e transformar essa paixão em profissão. Aí veio o teatro, o rádio, a televisão e o cinema. Exatamente nesse ordem. Amo o que faço e tenho muito orgulho da carreira que venho construindo.
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O que vem primeiro humorista ou o ator?
Que pergunta difícil de responder. Mas vamos lá! Bom, acho que o ator. Porque como ator posso fazer tudo. Posso ser cômico, dramático, posso apresentar um programa. Quando você se define como ator, artista, o leque de opções será muito maior. Mas é fato que o humor é o meu cartão de visitas. Está no meu DNA.
Como você tem se virado na quarentena?
Na medida do possível venho me virando muito bem. Fazendo muita coisa que não costumava fazer, até por causa da rotina anterior. Aprendendo muita coisa nova, descobrindo funções, me conectando mais com a casa, comigo e com a Rosanne, minha esposa. Esse momento apesar de todo o caos, pode ser um momento de redescoberta.
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Faz compras online ou sai esporadicamente?
No início em março até ia ao supermercado fazer as compras do mês. Quando a pandemia foi se agravando passei a fazer tudo pela internet. E só saio pra levar a Rosanne ao pré-natal. E só.
Tem se exercitado em casa? O que faz?
Sim! Preciso de exercícios. Quando não faço, o corpo sente falta. Eu já tinha uns pesos e uma esteira velha em casa que foram reativados. Me equipei com mais alguns aparelhos e faço aulas pela internet com a minha personal Clarice que serve também como um estímulo, porque não é fácil manter a disciplina de exercícios em casa, mas é necessário.
Tem lido, visto séries? Se sim, quais?
Li recentemente “Ideias para Adiar o Fim do Mundo”, do líder indígena, filósofo e pensador Ailton Krenak, fala da reaproximação do homem com a natureza. É um livro necessário, para ler, reler e refletir. Filme, assisti “Os Miseráveis”, filme francês dirigido por Tom Hooper, que concorreu ao Oscar, mostra a desigualdade que o mundo, principalmente o Brasil, vive. É uma história bonita, forte e que gera bastante reflexão. E assisti à segunda temporada de “After Live”, uma comédia britânica que mostra a vida como ela é, com altos e baixos, perdas e frustrações, de uma forma muito singela e humorística.
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Antes da pandemia você estava gravando o filme “Um Casal Inseparável” e também a série “Filhas de Eva”, da TV Globo. Conte sobre seus personagens nos dois trabalhos, como se preparou para eles e tal.
Em “Um Casal Inseparável”, interpreto o Léo. É um pediatra, um cara bem-sucedido na carreira, querido no trabalho. Leva a vida de maneira leve mesmo com as dificuldades do dia a dia. Sempre de bom humor, talvez por trabalhar com crianças se contagia pela alegria delas. Até conhecer a Manu ele vinha conhecendo e saindo com outras mulheres, mas nada tão forte como foi com ela. Na série “Filhas de Eva”, eu interpreto o Fábio Ferreira. Um jornalista dedicado, focado no trabalho e especialista em investigação. Ele trabalha em um caso de corrupção grande que envolve um empresário de renome. Mais para frente ele vai descobrir que a vida profissional e a pessoal irão se misturar e isso causará conflitos, inclusive no coração.
Você tem se encontrado com Zé Dassilva e Dino Cantelli virtualmente, certo? O que têm criado?
Sim! Antes mesmo da pandemia nós vínhamos nos reunindo para criar. Com a quarentena isso se intensificou e estamos criando argumentos para séries de TV e cinema. Além de criar conteúdo para web.
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Algum projeto em vista?
Estou esperando a volta da “Escolinha do Professor Raimundo” que deverá ser ainda este ano. Vou dublar uma animação em outubro. E ano que vem, se tudo der certo, venho com espetáculo de teatro novo.
E a websérie “Filhos da Quarentena” [atualmente pausada], como surgiu a ideia desse projeto?
No momento demos uma pausa no projeto, mas foi uma forma de dividir e trocar com outros casais que também estão passando por um momento tão bonito paralelo ao caos. É um momento histórico e difícil. E recebemos alguns depoimentos bem legais e enriquecedores. Um alento no meio de tanta notícia ruim.
Você e Rosane Mulholland vão ser pais pela primeira vez, como tem sido essa experiência?
Uma delicia e uma loucura. Delicia porque é um momento lindo, de amor e esperança gerar um filho. Loucura por ser nesse momento caótico que o mundo vive. Ficar longe da família e dos amigos é bastante difícil. Mas estamos tentando nos blindar na medida do possível para não deixar de viver esse momento bonito que eu e ela estamos passando.
Você planejaram o bebê ou foi por acaso?
Sim, falamos muito sobre isso. Quando resolvemos dar uma chance, ele veio rapidinho.
Já têm nomes para o baby?
Ele vai se chamar Davi.
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Você tem projetos para voltar a novelas, teatro assim que que for possível?
Antes da pandemia conseguimos terminar o filme “Um Casal Inseparável”. Uma semana antes do Carnaval, finalizamos. Foi um trabalho lindo e com uma equipe muito unida. É uma comédia romântica com roteiro do Sérgio Goldenberg e George Moura e com a direção do Sérgio. Eu e Nathalia Dill protagonizamos a história. Vivemos um casal que se vê com muitas diferenças mas que se amam e vão aprender a conviver com isso. E se tudo der certo lançaremos no primeiro semestre de 2021. Paralelo ao filme, estava gravando a série “Filhas de Eva”, na Globo. Com texto de Martha Mendonça e Nelito Fernandes. E direção de Leonardo Nogueira. Faço o Fabio, um jornalista super focado que investiga um caso de corrupção. E que irá enfrentar um dilema entre a profissão e a paixão. Uma série que diz muito sobre a força feminina. Tem drama e comédia. Estou escrevendo um novo solo de humor. Tem uma peça de teatro inédita do Marcelo Várzea que quero montar. Tem um outro longa para rodar ainda esse ano. Mas tudo isso quando as coisas voltarem a uma certa normalidade.