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“É o verdadeiro Vitor Kley”: cantor afirma que público encontra com lado artístico em novo álbum “A Bolha”

Vitor Kley lança seu quinto álbum de estúdio chamado “A Bolha”. (Foto: Divulgação)

“Chegou o momento de todo mundo conhecer um lado meu que ninguém – ou poucas pessoas – conhecia, musicalmente falando. É o verdadeiro Vitor Kley”, disse o cantor, via telefone, em uma manhã fria pré-inverno de São Paulo. Vitor Kley se referia, antes de dar tchau, sobre o quinto álbum de estúdio, “A Bolha”, que chegou nesta quinta-feira (18.06) nas plataformas digitais.

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Com doze canções autorais, sendo apenas duas colaborações ao lado de Vitão e Jão, o cantor de 25 anos entrega a seus fãs algo totalmente diferente do que eles estavam acostumados a ouvir sobre Kley. O ponto alto do novo trabalho assinado ao lado do produtor Rick Bonadio traz consigo arranjos musicais bem mais ricos e elaborados, deixando para trás o pop radiofônico e batido que consagrou o cantor nas paradas de sucesso. Bom, pelo menos, o lado B da bolha de Vitor Kley.

O novo álbum do artista é dividido em lado A e lado B. As seis primeiras faixas de “A Bolha” flertam com o Vitor Kley conhecido em “O Sol”, junto de uma pitada de samples de reggae bastante conhecidos e grooves praianos de acalmar o ser mais acelerado que existe.

Tudo isso até chegar na faixa que dá nome ao álbum. A partir dali, os fones encontram um Kley mais maduro e cheio de musicalidade, como ele mesmo contou. “A faixa ‘A Bolha’ vem para dividir o álbum mesmo, é o nosso editorial. Ela é até um pouco envenenada. Tem uma guitarra distorcida, bateria com o timbal aberto e é um desabafo mesmo”, diz.

Vitor Kley lança seu quinta álbum de estúdio chamado “A Bolha”. (Foto: Divulgação)

O desabafo do cantor é, para ele, o mais maduro até aqui. “É o mais maduro de todos, tanto pelas letras por transmitirem momentos meus quanto musicalmente falando”, completou. Com canções escritas entre 2015 e 2019, Kley transmite amores e experiências de vida que teve nos últimos quatro anos de vida, escritas dentro de sua própria bolha. “O nome vem disso: é meu mundo, meu cantinho”.

Feito antes da quarentena, o cantor não vê a hora de sair na estrada e mostrar seu novo trabalho a todos. Mas ele sonha alto: com esse novo trabalho, quer levar o público que fidelizou e ganhou a conhecer sua verdadeira alma musical e chegar ao Madisson Square Garden, em Nova York – seu maior desejo.

“Tem muita coisa que eu quero fazer, mas acho que – agora – meu maior sonho é lotar um estádio de futebol para um show, mas eu quero um específico que é o Madison Square Garden, em Nova York. Nós temos esse sonho e vamos batalhar para conseguir”, finalizou.

Veja abaixo o papo na íntegra com Vitor Kley sobre o novo álbum “A Bolha”.

 

Vamos falar sobre seu novo álbum, “A Bolha”. É bem nítido para quem ouve que ele é dividido em dois grandes mundos: as seis primeiras faixas, seguidas da faixa que leva o nome do álbum e depois as outras cinco, que são bem diferentes do que você já lançou. Comenta um pouco sobre isso.

As primeiras seis músicas do novo álbum a gente brinca que é o “lado A” da bolha, que a galera vai ouvir e saber que é bem parecido com tudo que eu já fiz. Da sexta faixa em diante, as músicas têm uma musicalidade muito maior. Essa entrada das pessoas no álbum não chega a pisar no reggae, mas é uma levada com bastante violão e tem um groove praiano. É um popzão chiclete mesmo. São bem característicos do Vitor Kley, eu diria. Bem parecido com coisas que fiz antes deste novo trabalho.

O álbum ser quase que dividido por lado A e lado B, de fato, foi algo que vocês pensaram ou aconteceu durante o processo criativo do novo trabalho? 

Foi um pouco das duas coisas, na verdade. Quisemos fazer com que cada música fosse uma experiência. Fizemos música por música, buscando conseguir um arranjo mais rico em cada uma delas – porque é isso que gostamos de fazer. Gosto de instrumentos de corda e guitarra. Tentamos passar no álbum tudo que a gente gosta de ouvir e tocar para as pessoas.

A faixa que dá nome ao seu novo disco eu enxergo como o editorial de todo o trabalho. Ela mostra tudo o que você queria transmitir, com o começo de arranjos musicais mais ricos e diferentes de tudo que você estava acostumado a entregar para o público e letras românticas. Acha que o para público que já te acompanha vai ser um baque muito grande?

A faixa “A Bolha” vem para dividir o álbum mesmo, é o nosso editorial. Ela é até um pouco envenenada. Tem uma guitarra distorcida, bateria com o timbal aberto e é um desabafo mesmo: “De onde vem, pra onde vai o seu amor, o que tu transborda, é o que tu é”. Vamos transbordar amor, o que a gente é. Fazer as coisas direito, o certo. Transbordamos coisas boas para o mundo. Ela divide o lado A para o lado B do álbum. O baixo é bem pra frente, pulsante a música toda. É uma faixa feita bastante para show, para a galera vibrar com a gente.

Por que esse nome para o seu novo álbum? Tem a ver com a individualidade de cada um ou com a tão falada “bolha” das redes sociais?

Eu tenho esse nome pensado e essa música escrita há um tempo já. É doido porque veio a pandemia e todo mundo ficou na sua bolha em casa, né? Mas esse nome vem de antes porque eu costumava ficar produzindo música no meu quarto, no meu cantinho, quando ainda nem tinha “O Sol” lançada e eu produzia as coisas no meu celular, no GarageBand. Ficava dias, semanas gravando, gravando sem parar e todo mundo começou a falar “a bolha do Vitor, nem tenta chamar ele que ele está na bolha dele”.

Uma música que me chamou bastante atenção foi a faixa “O Tempo”, em que você faz uma autorreferência direta, na parte da letra que você diz que precisa de tempo para entender tudo e precisa “ter um pouco de sol” – que provavelmente está aí por conta do seu grande hit “O Sol”. Foi de propósito?

Exatamente, pensei isso. A letra fala: “Será que tem um pouco de Sol pra me dar, ou um gole de chuva”. Acho que as pessoas que já passaram por momentos difíceis vão se identificar porque esse lance de brincar com tempestades é um caminho que todo mundo já deve ter enfrentado. Então, escolhi usar metáforas para falar disso. Sol, alegria é um pouco de harmonia para esse momento difícil que eu tava passando na época que escrevi. E, claro, sempre que eu brinco com algo relacionado ao Sol não tem como não pensar.

Vitor Kley lança seu quinto álbum de estúdio chamado “A Bolha”. (Foto: Divulgação)

Depois disso, entramos na segunda parte do álbum que tem uma musicalidade bem diferente de tudo que você já fez em outros momentos da sua carreira. A faixa “Retina” é uma track com partes que lembram algo do hip-hop, com partes quase que só com vozes suas, declamando mesmo. Você buscou fazer uma faixa assim? Não tinha feito nada parecido, né?

Isso mesmo. Foi isso que pensei: queria flertar com o hip-hop e o rap. Tem essas partes que eu praticamente declamo a letra sozinho. Nunca tinha feito uma música assim. Acho que tem três músicas que os fãs de Vitor Kley vão achar complexas e diferentes do que estávamos fazendo, que são “A Bolha”, que é um rock’n’roll louco que, quem já foi em algum show nosso, vai se identificar; “Retina”, tem essa influência direta do rap, que é bastante declamada; e a “Dúvida”, que é o feat com o cantor Jão, que é um MPB bem “classuda”, que é uma mudança de harmonia. Essas três músicas tem a intenção de fazer a galera veja lados meus que eles ainda não conheciam.

Acho que esse álbum inteiro vai mostrar para as pessoas um Vitor Kley que eles ainda não conhecem direito. Concorda?

Concordo muito. É bem legal isso para mim, de verdade. Sabe que eu tenho um cara que sempre grava meus clipes, o Henrique, ele vive na estrada comigo direto. Antes dele ouvir “A Bolha” completo, ele sempre dizia que tinha vontade de mostrar para o mundo quem era o Vitor Kley de verdade. Ele via eu tocando um rock’n’roll pesado na passagem de som, músicas mais musicais como “Dúvida”. Quando ele viu as músicas de “A Bolha”, ele ficou muito feliz e dizia que as pessoas iam me conhecer de verdade. Não que antes não era de verdade, mas era a caminhada para poder mostrar realmente o que eu curto, musicalmente falando.

Você vê essa caminhada de fazer algo “não tão você” para ganhar público?

Sim, para fidelizar o público. É assim que eu penso. Precisei fazer isso.

Uma coisa que me surgiu quando eu ouvi é sobre como foi o pensamento de fazer o convite para o cantor Jão estar com você em “Dúvida”? Achei um acerto enorme.

O Jão é uma pessoa muito especial, desde que eu conheci ele eu acho isso – e tem anos já. A gente teve uma conexão muito massa desde o começo, tanto artisticamente falando – porque ele canta muito – quanto musicalmente, porque ouvimos coisas parecidas. Eu admiro muito ele e sinto que é recíproco. Já tocamos em festivais e via ele na plateia me assistindo. É muito legal. Ele é demais. A gente sempre se encontrava em aeroporto, em programas de TV e sempre falávamos em gravar juntos. Quando surgiu “Dúvida”, eu logo pensei nele porque essa faixa tem uma alma de sofrência e o Jão tem muito disso. Ele consegue fazer a galera sofrer e curtir um pop tudo junto. Na hora que eu escrevi, eu já imaginei ele cantando e pirei. Foi na alma da canção. Quando eu mandei pra ele, ele curtiu e topou de cara.

A faixa que fecha o álbum é “Vai Na Fé”. Ela tem uma pegada R&B americano bem presente. Dá pra sentir uma vibe do que os tradicionais corais gospel têm feito há anos nos Estados Unidos. Achei bem diferente. O que você quis mostrar com ela?

“Vai Na Fé” eu escrevi tem alguns anos já. Eu lembro que eu imaginei logo de cara várias vozes compondo a canção comigo e queria que eles tivessem uma relevância bem grande na faixa. Já sugeri no começo, quando estávamos produzindo, de colocar essas vozes de coral no início da música. O Rick de cara embarcou na minha ideia. Quando ele colocou a parte cantada, junto com a minha, pareceu na hora que a música ganhou corpo, ganhou vida. Sabe quando você sente que era aquilo que faltava? Então, achei que combinou muito e tem tudo a ver com a letra que fala de esperança, de espiritualidade, de alma, coração. Era isso que buscávamos passar por ser a última faixa do álbum.

Eu consegui captar também que “Vai Na Fé” é outra faixa bastante editorial do seu álbum porque, todas as letras das outras faixas, falam de diversos amores da sua vida e muitos diferentes entre si. Ora que dão certo, ora que não dão. Você quis transmitir algo nessa linha?

É muito louco porque eu acho que álbuns transmitem épocas da vida dos artistas. São histórias que falam de diferentes momentos da minha vida. Todas as composições foram entre 2015 e 2019 e elas falam de épocas da vida que transmitem solidão, que transmitem o encontro de um amor e o desenrolar dele. É doido porque é o que aconteceu comigo. Misturam com músicas da minha carreira. E, no fim, é isso. “A Bolha” transmite quatro anos inteiros da minha vida. Uma montanha russa enorme.

Vitor Kley lança seu quinto álbum de estúdio chamado “A Bolha”. (Foto: Divulgação)

O instrumental deste seu novo álbum é seu dúvida o que mais chama atenção no trabalho todo. Tem arranjos musicais mais complexos, mais ricos quando comparados com outras coisas que você já fez. É um grande avanço.

Era bem isso que queríamos passar, essa riqueza musical. Chegou o momento de todo mundo conhecer um lado meu que ninguém – ou poucas pessoas – conhecia, musicalmente falando. É o verdadeiro Vitor Kley.

Qual sua expectativa para este álbum? Sei que é cedo para dizer, mas o que você sente?

A expectativa é a melhor possível. Estou muito animado, quero trabalhar muito. Já temos ideias de turnês, já mapeamos cidades que, por enquanto, estão no papel por conta da pandemia. Quero tirar tudo do papel logo e entregar para os meus fãs. “A Bolha” é a realização de um sonho, tanto musicalmente falando, quanto de turnês, nossa primeira loja de produtos oficiais será com produtos deste álbum – todos na cor roxa. Será um avanço muito grande.

Você já consegue dizer que este é o álbum mais maduro que você já tem lançado?

Com certeza, sem dúvida nenhuma que é sim o mais maduro. É o mais maduro de todos, tanto de letras por transmitirem momentos meus e que eu queria até tatuar no meu corpo todo quanto musicalmente. Encaixou na veia.

E a cor roxa para a divulgação de todo este novo trabalho tem alguma explicação?

Eu sonhei uma vez, no ano passado, que o fundo da capa do meu novo álbum tinha que ser roxo. No meio de 2019, perto do meu aniversário. E foi muito louco porque, depois deste sonho, a gente começou a receber diversos sinais da vida e do universo que essa era a cor certa. Ela transmite transformação, tem um pé na melancolia – como o álbum. Foi legal também que, perto da virada de 2019 para 2020, um guru falou em uma rádio que a cor para o próximo ano era o roxo, lilás e lembro que todo mundo se olhou e falou que era pra ser.

Pra fechar: o que você quer fazer depois de “A Bolha”?

Tem muita coisa que eu quero fazer, mas acho que – agora – meu maior sonho é lotar um estádio de futebol para um show, mas eu quero um específico que é o Madison Square Garden, em Nova York. Nós temos esse sonho e vamos batalhar para conseguir.

Veja a capa do álbum “A Bolha”, de Vitor Kley

 

Ouça o quinto álbum de estúdio de Vitor Kley

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