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Marielle Franco ganha homenagem em conto africano sobre resistência e conquistas das minorias

Foto: Divulgação

O legado de Marielle Franco no feminismo negro ganha delicada homenagem em animação do conto sobre resistência e conquistas das minorias “A Lenda do Tambor”, a ser exibida nesta sexta-feira (12.06), às 20h30, no canal de TV por assinatura Prime Box Brazil.

A analogia é retratada na série documental “Sankofa – A África que Te Habita”, que reflete sobre as sequelas da opressão colonial, dentre as quais o racismo sofrido por afrodescendentes, e também reverencia a decorrente herança multicultural dos povos escravizados nas Américas e na Europa.

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As narrativas orais preservam os ensinamentos ancestrais, uma marcante tradição africanista transmitida entre gerações, que contribui para a formação de valores nos indivíduos.

Narrada pela atriz e ativista Zezé Motta, a lenda diz que um grupo de macacos sonhava sem sucesso ir à Lua, até que o menor deles tem a ideia de se amontoarem entre si para traze-la à terra.

O macaquinho consegue subir no astro antes que a pilha de seus colegas desmoronasse. Como recompensa, recebeu um tambor da Lua. Ao retornar ao seu habitat, o animal tocou o tambor antes de chegar ao solo, levando a Lua a cortar a corda que o transportava. Antes de morrer, o macaquinho pediu à moça que passava pelo local – representada por Marielle – que levasse o instrumento aos homens de seu país. Vieram pessoas de todas as partes da África e todos ouviram os primeiros sons do tambor. 

Foto: Divulgação

Artista plástico, ilustrador, desenhista e videografista, o carioca Eduardo Santos idealizou a homenagem tomado pela emoção da tragédia em 2018. “O principal foco a se perceber é o valor que o grupo dá ao trabalho coletivo para alcançar um objetivo. O líder adquire uma nova forma de comunicação, o som do tambor, e a compartilha para benefício da comunidade. Mesmo após a partida do Macaquinho, aquele conhecimento se alastra, tornando-se um marco para muitos. O legado da Marielle na luta por direitos sociais é o que se observa nessa metáfora”, explica. O profissional também ressalta o espírito Ubuntu presente na fábula, no qual a compaixão entre as pessoas é valorizada.

Símbolo de um pássaro mítico africano com a cabeça virada para as costas, Sankofa se traduz por “volte atrás e busque o que esqueceu”. Para além do que os livros descrevem, o afro-brasileiro neto de mulher escravizada, César Fraga, e o historiador, Maurício de Barros Castro, refizeram as quatro rotas do tráfico transatlântico do século XVIII (Guiné, Mina, Angola e Moçambique) em busca de seus antepassados, dando origem à série de TV.

O audiovisual é estruturado na viagem dos protagonistas por Cabo Verde, Guiné-Bissau, Senegal, Gana, Togo, Benim, Nigéria, Angola e Moçambique. Contextualizado por análises de historiadores, sociólogos e etnolinguistas, depoimentos e intervenções artísticas de descendentes e praticantes das religiões de matriz africana e se debruça na sabedoria dos contos orais.

 

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