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Lua Blanco: o lado artístico, a quarentena e a relação com fãs

Lua Blanco bate um papo exclusivo com RG sobre quarentena, carreira, mundo artístico e fãs. Foto: Divulgação

Lua Blanco é atriz, cantora e compositora. A paulista de 33 anos é uma das netas de Billy Blanco, que foi um dos maiores nomes da Bossa Nova no Brasil, e tem sangue artístico em suas veias.

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Depois de grande sucesso que fez como uma das protagonistas do seriado jovem “Rebelde”, a atriz estreou há pouco tempo na segunda temporada do seriado “Homens”, com o humorista Fábio Porchat.

“O bom de estar contracenando com o criador e o autor, é que rola uma leveza na hora de trocar ideia e mexer no texto. Fora que ele é hilário, a gente fica rindo o tempo todo”, contou em papo exclusivo ao site RG.

Vindo do teatro e da música – que é seu maior berço, Blanco conta que o maior de seus sonhos é fazer ainda mais coisas no mundo musical. “Uma coisa que sempre quis fazer mas ainda não tive a oportunidade é uma turnê nacional das minhas músicas autorais. Eu amaria se um dia isso fosse possível”, revelou.

Veja abaixo o papo na íntegra com a atriz Lua Blanco sobre carreira musical, televisão, quarentena e fãs.

 

Foto: Divulgação

RG – Como está sua quarentena? Está passando onde e com quem?

Lua Blanco – Está tranquila e calma. Estou passando em casa com o Leandro, meu namorado. Moramos juntos há dois anos e agora estamos pondo a prova o quanto nos damos bem.

Sua família é enorme né? 6 irmão, né? Como tem sido isso? Você tem visto eles?

Somos 6 filhos, tenho 3 irmãs e 2 irmãos. Estou morrendo de saudade deles! Está cada um em um lugar diferente, cada um em sua casa, e eu morrendo de vontade de estar onde estão, mas respeitando, claro, a orientação do distanciamento social. Ainda bem que temos a redes sociais para nos manter em constante contato e matar um pouco da saudade.

Como foi sua adaptação para esse novo período que estamos enfrentando?

Na verdade, eu vinha de um período mais tranquila e reclusa, Carnaval passei em Itaipava na casa dos meus tios, eu já estava muito caseira. Então quando a quarentena começou não foi um choque tão grande. Claro que sinto falta das pessoas e de sair de casa e tudo mais, mas adaptei bem para este momento. O importante é saber que estamos fazendo a nossa parte para achatar a curva e diminuir a propagação da Covid-19.

O que mais tem sentido falta?

Da minha família e do mar.

E o que tem feito para se entreter? Conta para nós!

O Instagram está com tanto conteúdo e tanto live que virou um entretenimento de mão cheia. Nos streamings, Lê e eu fizemos uma lista de séries que queremos ver e estamos atacando aos poucos. Acabei me viciando, também, no BBB20 e já estou lamentando que está terminando.

Como está seu lado “artista” neste tempo?

Está morrendo de saudade dos meus parceiros. Eu estava compondo duas músicas cada uma com um parceiro diferente, que foi interrompido pela quarentena. Por eu não ser musicista, dependo dos meus amigos músicos pra eu cantar, fazer uma live, gravar um IGTV, então me sinto um pouco limitada, mas a vontade de cantar ainda é gigantesca, vou acabar dando um jeito.

E a relação com seus fãs? Tem falado bastante com eles, dado conselhos?

Fiz uma sessão de Q&A semana passada no meu stories e foi muito legal. Troquei bastante ideia com meus fãs e respondi dezenas de perguntas. Apesar de eu estar mais na minha nas redes neste momento, pretendo fazer de novo em breve pra continuar próxima deles.

Você atores e atrizes têm feito lives para conversar com os seguidores sobre vida, trabalho, saúde mental. Você tem feito também?

Ainda não fiz justamente pela questão de não ter músico pra me acompanhar, eu queria cantar. Mas na ausência desta opção, estou pensando numa alternativa, de repente uma live só de bate papo… mas vai rolar.

Fora esse lado de entretenimento, tem rolado umas divergências políticas enormes. Governos de diversas esferas estão dão conselhos diferentes para a população, uns para ficar em casa, outros para manter a vida normal. Como você enxerga isso?

Eu acho que no começo da pandemia alguns países divergiram sim, mas após sofrerem as consequências, a maioria voltou atrás, e a postura praticamente unânime agora é do isolamento social. Um dos exemplos é o Boris Johnson, primeiro ministro da Inglaterra, que era a favor do isolamento vertical no início, mas que após contrair a COVID-19 e ver a gravidade da doença, voltou atrás e passou a defender o isolamento total. Atualmente somente Brasil, Nicarágua, Bielorússia, Turquemenistão são os únicos países cujos líderes estão negando a pandemia e a importância do isolamento total. Eu, assim como é a orientação da Organização Mundial de Saúde e de todos os profissionais e técnicos da área, sou a favor do isolamento social total, deixando as saídas à rua somente para o profissionais considerados essenciais.

O que você faria nessa situação para ajudar, principalmente, seus fãs?

Peço a eles que fiquem em casa e que tentem se reinventar para aprender a fazer as coisas de modo remoto. Não é para sempre, mas neste momento, é necessário.

Foto: Divulgação

Este mês você estreou na segunda temporada da série “Homens” vivendo a engraçada Maria, no canal Comedy Center. Conta um pouquinho dessa experiência. Primeira vez que você fez humor?

Já fiz humor no teatro e no cinema, mas série de TV foi a primeira vez. Foi uma experiência deliciosa trabalhar num set de gravação onde se tem risadas o tempo todo, está todo mundo leve e o conteúdo é hilário. Eu me diverti muito. Tenho noção de que cheguei de paraquedas num bonde que já estava andando, mas fui tão bem recebida e gostei tanto de interpretar a Maria que já estou torcendo pra ela ficar.

Como foi trabalhar ao lado do Fabio Porchat? Foi uma boa troca?

Foi maravilhoso! Eu e Fábio nos conhecemos anos atrás e desde então rolava uma vontade de trabalharmos juntos, sou muito grata que tenha rolado a oportunidade agora. O bom de estar contracenando com o criador e o autor, é que rola uma leveza na hora de trocar ideia e mexer no texto. Fora que ele é hilário, a gente fica rindo o tempo todo.

Você já foi estrela teen quando foi uma das protagonistas da versão brasileira do seriado Rebeldes. Você guarda bons momentos desse trabalho? Foi bom pessoalmente para você?

Guardo muitos bons momentos sim de Rebelde. O elenco, a direção, nossos fãs, as viagens, são todas as coisas que sinto falta e que guardo com carinho na memória. Rebelde marcou muito minha carreira e sou muito grata por tudo que vivi durante o projeto.

Te conheci quando eu fui assistir a versão brasileiro do musical “Despertar da Primavera”, aqui em São Paulo, incrível né? 2009 eu acho. Você vem do teatro?

Que legal! Acho que estivemos em São Paulo em 2010, foi uma temporada incrível! Na verdade, eu venho da música. Cantei com minha família desde pequena, e passei minha adolescência fazendo shows e me apresentando com eles. O Despertar foi minha estreia no teatro, e eu amei a experiência.

Como foi sempre dialogar com o público mais jovem? Acredita que você contribuiu para a formação desses adolescentes, em temas cruciais como política, sexo, drogas, e tudo mais?

Eu me dei conta da importância que a minha influência tem na vida dos meus fãs quando eles começaram a crescer. Quem era adolescente durante Rebelde agora é adulto, já terminou a faculdade e alguns até já fizeram trinta anos. Muitos me procuram e contam a diferença que fiz na vida deles e isso me deixa feliz de saber que crescemos juntos, eu dividi um pouco de mim e eles um pouco deles, que também fez toda a diferença pra mim.

Como foi que a veia artística chegou para você? Pela família, né?

Foi pela família com certeza. Meu pai é cantor e músico talentosíssimo, filho do compositor de Bossa Nova, Billy Blanco. Minha mãe é cantora e irmã do ator, cantor e contador de história José Mauro Brant. A arte veio invadindo por todos os lados.

Hoje em dia com 33 anos, o que você já fez que não faria mais e o que você não fez e ainda tem vontade de fazer? Artisticamente falando

Acho que eu não aceitaria projetos que não representem aquilo que acredito. Acho importante termos coerência artística e ideológica. E uma coisa que sempre quis fazer mas ainda não tive a oportunidade é uma turnê nacional das minhas músicas autorais. Eu amaria se um dia isso fosse possível.

Sua vida pessoal está tudo certo? Você namora o Leandro Soares, roteirista, né? Como é sua relação com ele?

Sim, o Lê é ator e autor, e muito talentoso e muito trabalhador. Nesta quarentena ele está criando um projeto novo e trabalhando 12 horas por dia. Quando ele da um intervalo, nossa relação é uma delícia, com muita cumplicidade, carinho, palhaçada e amor. Este tempo de isolamento tem aproximado a gente ainda mais.

E depois que a quarentena acabar e pudermos começar – aos poucos – a voltar nossa vida ao “normal”, qual a primeira coisa que você quer fazer?

Ir visitar meus sobrinhos, pegar eles no colo, agarrar muito, matar muita saudade.

Alguma coisa que você queira acrescentar que não falamos?

Estou com uma surpresa musical pra lançar para os fãs nesta quarentena que eles nem imaginam. Vai sair em breve nos streamings digitais.

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