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Conheça Flávio Verne, responsável por coreografias de Pabllo Vittar e Luísa Sonza

Foto: Ernna Cost/Divulgação

Por André Aloi

Se você não tem acompanhado a ascensão do pop nacional, a aclamação das drags cantoras ou a febre dos canais de dança no YouTube (como o Fit Dance no Brasil, Matt Steffanina ou os potentes de K-Pop), provavelmente viveu em Marte nos últimos tempos. Flávio Verne é um desses nomes que você bate o olho e relaciona ao que faz. Nesses tempos de distanciamento social, Verne tem dado uma desacelerada. “Descansar a mente e o corpo. Às vezes, é necessário dar esse respiro”, pontua.

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Está tudo bem dizer isso. No caso desse dançarino brasiliense, de 27 anos, cuja arte está atrelada ao corpo: ele não para. Trabalha com Pabllo Vittar (direção artística de alguns clipes e shows, além das coreografias) e Luísa Sonza (coreografa os passos de dança da cantora desde “Boa Menina”). Inclusive, são os artistas que trabalha que servem de inspiração.

Ele tem feito mais do que sua parte ao nutrir série de movimentos dançantes e coreografias para ser reproduzida em larga escala – seja na sala de casa, na balada (quando a pandemia da Covid-19 acabar, por favor) ou até mesmo no último Carnaval de Salvador. Durante a folia baiana, uma multidão reproduziu a coreografia feita por Flavio para a música “Parabéns”, feat. de Pabllo com Psirico. “Não tenho uma coreografia ‘memorável’. Às vezes o que toca uma pessoa não toca a outra. Tem alguma coreografias que o público se identifica mais, e por isso elas viralizam”, explica.

Sua relação com Pabllo Vittar começou nas gravações do clipe “Paraíso”, com Lucas Lucco, em 2017. De lá para cá, a relação dos dois foi longe demais, como diz o meme da drag. Ele se transformou em coreógrafo e parte corpo de baile da cantora maranhense. “Comecei a colher frutos dos meus trabalhos como coreógrafo muito tempo depois e, então, comecei a trabalhar com videoclipes.” O primeiro foi “Catuaba”, da drag queen Aretuza Lovi.

PROCESSO DE CRIAÇÃO
Para iniciar o processo de preparar uma coreografia, é preciso ouvir a música várias vezes. Entre o preparo, ensaio até ela estar madura para apresentar para os outros dançarinos leva uma semana inteira. “Recebo a música, tenho um laboratório com meus assistentes para fazer um esboço, ensaio com o balé, gravo para receber um feedback e faço ajustes”, explica. Ele grava tudo, também, para ver como vai funcionar no vídeo.

Verne ao lado de Pabllo Vittar e Luisa Sonza nos bastidores do clipe Garupa (Foto: Divulgação)

HISTÓRICO
Verne começou a dançar aos 11 anos e lá se vão 16 anos desde que sua mãe o matriculou em um curso de Hip Hop no verão da capital federal e não parou mais. Com passagens por algumas companhias de dança da natal Brasília, fez faculdade de Licenciatura em Dança e também estudou na Broadway Dance Center, em Nova York, nos idos de 2012. “Sempre me mantive fazendo cursos e workshops pelo Brasil. Comecei a trabalhar como bailarino e coreógrafo ainda em Brasília”, recorda do início, nos idos de 2010.

Depois que começou a trabalhar com Pabllo Vittar, a acompanhou em sua tour internacional, com passagens por Estados Unidos e Austrália, e na premiação da MTV europeia, o Europe Music Awards (EMA), em Sevilha, na Espanha, ano passado.

AOS INICIANTES
Se você quer seguir profissionalmente ou até mesmo começar a dançar pra valor por hobby, ele indica fazer aulas e se especializar, como em qualquer outra profissão. Para seguir em frente, ser confiante naquilo que quer e não dar ouvido para bullying. “Sempre acontece algum comentário desnecessário em relação à nossa profissão, prefiro fingir que não ouvi”.


HAPPY LIVE
Com excessão de domingo, RG tem divertido os fins de tarde no nosso Instagram, a partir de 17 horas, na Happy Live (entrevistas com artistas da indústria do entretenimento). Esta sexta (17.04), Verne vai ensinar uma coreografia do show de Pabllo Vittar: “Corpo Sensual” (parceria com Mateus Carrilho). Para aula, ele brinca: é preciso ter força de vontade, concentração e energia. É recomendado que você separe uma roupa de academia ou àquela que você se sinta confortável. A aula é contra-indicada às pessoas com lesões.

Dançarino trabalha profissionalmente no ramo há pelo menos 10 anos, mas dança há 16 (Foto: Ernna Cost)

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