Foto: Dessa Pires
A atriz franco-brasileira Yara Charry tem encarado o isolamento social por conta da pandemia do coronavírus com otimismo e seriedade. Longe da família, que está em Paris, na França, ela tem se exercitado e feito compras pela internet, quando necessário, além de ler, assistir a filmes e aproveitado o tempo livre para criar. “Não seremos os mesmos depois desta pandemia”, diz.
Com um novo trabalho na dramaturgia, mas que mantém em segredo por enquanto, Yara passa o tempo também rascunhando um projeto musical. Ao fim da quarentena, tem muitos planos, como encontrar a família. “Quero também retornar à rotina profissional, bem como sair com meus amigos, jogar conversa fora, sorrir. Há uma vida linda esperando por nós lá fora!”
Leia a seguir o papo que RG teve com a atriz.
Como você tem lidado com o isolamento social?
Estou procurando manter minimamente uma rotina, que inclui me alimentar bem, fazer exercícios em casa mesmo, ler e, claro, tenho feito muito vídeo conferência com família e amigos para matar saudades. Em momentos como esses, reconhecemos ainda mais a importância que o contato, o olho no olho, o toque, tem em nossas rotinas. Essas coisas são indispensáveis para o aprimoramento das relações humanas. Tenho procurado, também, mentalizar coisas positivas, situações de melhora e cura para o planeta, precisamos ter esse olhar. Sigo torcendo, aqui, para tudo isso passar o mais rápido possível.
O que faz com seu tempo livre?
É bom ter um tempo para desacelerar e fazer coisas novas. Acredito que nossa mente e corpo também pedem isso, então nesta quarentena priorizo cuidar de mim , arrumar a casa , criar conteúdo para compartilhar com a galera nas redes. Além disso, tenho cantado muito, assistido séries, filmes, estudado. Da forma mais produtiva possível, quero trazer qualidade para estes meus dias.
Mudou alguma coisa nos seus hábitos diários dentro de casa?
Sim, com certeza. Tenho tido até mais tempo para olhar os detalhes da casa, curtir minha cachorra e, sem dúvidas, ficar um pouco no sofá, deixando pensamentos fluírem, o que para mim também é algo significativo.
Como faz quando tem de sair para ir às compras? Como se protege?
Não estou saindo. Consegui fazer minhas compras antes do isolamento e se faltar alguma coisa peço para entregar aqui em casa. Esse é um momento de total interiorização.
Como avalia a reação das pessoas com o coronavírus? Ou seja, acha que a solidariedade prevalece?
Este é um momento pelo qual, diante do que tenho visto e ouvido, o país considera – o isolamento -, algo “novo” na história. Sendo assim, de alguma forma, estamos todos buscando maneiras de passar por isso da maneira mais saudável possível. Em situações como essas, estamos vulneráveis, porque somos de carne e osso, frágeis, finitos. É importante se lembrar disso, mas tem alguns que não levam isto em consideração, mas há aqueles que já se importam. Uma pandemia pode despertar o senso de solidariedade, mas isso é algo que deveria existir, no dia a dia, certo? Estamos no mesmo planeta, e ninguém constrói nada sozinho.
Algum trabalho seu foi interrompido com a quarentena? Se sim, qual?
Tenho um novo trabalho na dramaturgia, mas não consigo ainda dar detalhes. Além disso, estou rascunhando um projeto musical, mas que agora veremos nova data para lançar. Contudo, este é um momento de calma e organização, até mesmo para os lançamentos.
Como você acha que pode ajudar pessoas em um momento difícil como esse?
Acho que nesse momento precisamos ser solidários uns com outros, nos apoiarmos. É possível, mesmo de casa, contribuir, seja financeiramente, com uma conversa ou, até mesmo, com orações. Não seremos os mesmos depois desta pandemia, e vejo isto pela ótica de que toda tempestade tem algo a nos ensinar. É um momento difícil, mas que não defini nossa existência por completo. Todos os dias visualizo cosias boas, acredito nelas, e coloco toda minha energia nisso.
Qual a primeira coisa que você quer fazer com o fim da pandemia?
Muitas coisas, fica difícil listar (risos). Mas quero, assim que possível e ao término disso tudo, viajar para ficar com minha família em Paris. Gostaria, inclusive, que neste momento estivéssemos juntos. Ao lado deles absorvo positividade e amor. Quero também retornar à rotina profissional, bem como sair com meus amigos, jogar conversa fora, sorrir. Há uma vida linda esperando por nós lá fora!
Foto: Dessa Pires.
Stylist: Ale Duprat.
Make: Karo.