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5 Seconds of Summer: “Difícil lançar música em tempos como este”, diz Michael Clifford

O guitarrista Michael Clifford, o primeiro da esq. para a dir., conversou com RG | Foto: Andy DeLuca

O 5 Seconds of Summer lança, nesta sexta-feira (27.03) o aguardado “Calm” (Universal Music). Ao invés de rodar o mundo para fazer a divulgação, cada membro do quarteto australiano está em sua casa em Los Angeles, nos Estados Unidos, acompanhando de longe a repercussão do novo trabalho nas redes sociais e concedendo entrevistas por Zoom (aplicativo de conferência que cresceu na contramão da crise no mercado financeiro em 60% neste 2020, quando houve a expansão do Covid-19 e os trabalhadores foram estimulados a trabalhar de casa, o antes temido home office).

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Quarto álbum

O quarto álbum tira o grupo da zona de conforto, mostra o grupo mais maduro musicalmente, tocando em assuntos de vulnerabilidade. “É difícil lançar um disco em tempos como este. É algo que nunca fizemos antes”, explica o guitarrista Michael Clifford em entrevista ao RG, dizendo que adiar o lançamento nunca esteve nos planos.

Felicidade e esperança

A esta altura, estariam viajando o mundo se o novo coronavírus não tivesse fugido de controle. “Uma pena. Mas é o que dá pra fazer: aceitar. Esperamos que traga algum tipo de felicidade e esperança. É algo para fazer na quarentena”. Ele está em casa, relaxando. Algo “esquisito” para ele, que apoia o auto-isolamento para tentar evitar o contágio em massa. Em casa, tem tentado ocupar o tempo, mas não cozinhando: “Só assisto. Eu vejo os chefs (de cozinha) e tiro o lixo. Só faço o que minha noiva (Crystal Leigh) me manda”, brinca.

12 faixas

O quarteto buscou inspiração em diferentes meios, não apenas na música. Foi um cenário mais visual, que deu esse ar mais robusto às canções. Clifford conta que assuntos como relacionamentos tóxicos e idas e vindas de duas pessoas que não fazem bem uma para a outra (mas que não conseguem evitar) também estão no variado setlist de 12 faixas. Há músicas, como ‘Wildflower‘ (que tem um lindo lyric video) e ‘Best Years‘, que falam sobre jeitos de amar. “Quisemos ressaltar não apenas uma voz dizendo uma única coisa, que é o conceito do álbum. Quantos assuntos diferentes estão relacionados à nossa (experiência de) vida”, questiona.

 

Nomes de peso

Clifford comenta que eles queriam que as músicas fossem mais interessantes de se ouvir somado à uma mensagem, que capturasse o ouvinte. “As gravações demoraram cerca de um mês e meio depois de termos escrito e composto em janeiro de 2019”, relembra. Ele e os meninos do 5SOS trabalharam ao lado de nomes de peso, como Charlie Puth e Ryan Tedder (do OneRepublic). “Nos ajudaram a entender o que queríamos falar, o que os torna únicos”, elogia. “(As composições) representam o momento que vivemos. O interessante é que cada gravação parece muito pessoal e, ao mesmo tempo, muito fresca. Deixamos a sonoridade também mais alinhada”.

Pegada mais melosa

Diferente de todo o álbum, “High”, que encerra o , aponta uma calmaria que fode de todo o resto. “Foi a primeira música que compusemos depois de ‘Young Blood’ (álbum antecessor), quando começamos a desenhar o cenário deste álbum, no fim de 2018″, recorda. “A ideia do refrão com as cordas, depois veio ela completa. É uma faixa muito especial. Eu gostei, todos gostaram do tom que encerra muito bem. Tem um som que remete à esperança”, crê. “Era importante terminar com uma música mais melosa com tantas músicas energéticas. Por que não aquietar por um instante?”.

Calum Hood

No entanto, Clifford revela que não é o mais calmo do quarto. “Flutuo em diferentes níveis de energia”, ri. “Estou mais para um lado energético nessa escala. Se pudesse apontar alguém, o Calum Hood (baixista) seria o mais calmo de todos nós. Com toda a certeza”. Há uma música chamada “Shame”, então questionamos qual o momento mais embaraçoso da carreira. “Foi quando caí no pit (área de contingenciamento em frente ao palco) nos primeiros 10 segundos de nossa música de abertura em uma perfomance, que estava ao vivo na TV. Eu tropecei e saí mancando”, lembra.

Momento de o mundo parar e analisar

Clifford não lembra de muitos artistas brasileiros. Apenas Anitta. Tenta adivinhar se Bad Bunny era nosso conterrâneo, mas se decepciona ao descobrir que ele é porto-riquenho. “Preciso fazer umas pesquisas”, reflete. Eles estariam a caminho da Europa entre abril e maio para iniciar uma turnê promocional não fosse o novo coronavírus. Mas não esperam o momento de excursionar o novo trabalho. Voltar à América do Sul está entre as prioridades depois que a pandemia passar, talvez lá pro fim do ano. “Sinto que é o momento de o mundo parar e analisar”, sugere. “É muito difícil planejar algo quando não se tem ideia do que vai acontecer. Mas voltar ao Brasil está entre as nossas prioridades do tipo: muito, muito mesmo. Esperamos acontecer”.

Brasil

Ele aproveita o espaço, antes de se despedir, para agradecer aos fãs brasileiros, que sempre cobram a vinda deles ao País. “Não vamos com tanta frequência ao Brasil. Mas, por sorte, temos muitas pessoas que nos apoiam. Somos realmente muito agradecidos”. Aos fãs, quer que todos ouçam o disco novo e aprendam as letras: “espero que curtam e, na próxima parada no Brasil, vocês possam gritar (a plenos pulmões) as letras para nós”. De preferência, não na porta do hotel, mas em um show!

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