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As Bahias e a Cozinha Mineira faz show no Sesc

No dia 21 de março, sábado, às 21h30, o grupo As Bahias e a Cozinha Mineira se apresenta na Comedoria do Sesc Belenzinho. No repertório canções do disco “Tarântula”, lançado em 2019. As Bahias e a Cozinha Mineira é formada pelas vocalistas Assucena Assucena e Raquel Virginia e conta com Rafael Acerbi na guitarra e no violão.

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Sucessor do premiado “Bixa” (2017), o trabalho foi lançado logo depois do single e clipe “Das Estrelas”, também em 2019 e que já dava mostras do tom eclético, doce e, ao mesmo tempo, político do disco que viria a ser lançado em seguida.

Assucena relembra que Tarântula nasceu sem pretensão, em razão de ter sido inicialmente concebido para um EP. Apesar do tom também político, o grupo se livrou das retóricas para criar uma obra livre que trata também do afeto e do cotidiano. “‘Tarântula’ construiu seu conceito na medida em que íamos descobrindo cada canção e conectando seus significados até chegar a um disco”, explica.

Para Raquel, em “Tarântula” há “paixões perdidas, fuça de fuzil, a Bahia e mulheres que botam para quebrar”. “O álbum é o século 21 sob nossa perspectiva, nossas crônicas, relatos e aventuras”, resume.

A perspectiva das duas vocalistas é confirmada pelo músico Acerbi que, diferentemente dos discos anteriores, não vê nada de linear no trabalho. “Em ‘Tarântula’ não existe começo e fim e o ouvinte pode começar a degustá-lo por qualquer faixa”, diz o músico, que neste disco estreou como compositor e cantor em “Volta” – canção que fala do desgaste do amor – ao lado de quatro músicas escritas por Assucena e as demais cinco assinadas por Raquel.

O álbum de MPB tem os esperados sambas e baladas que já são marcas do trio, mas avança no universo do pop. O manifesto, no entanto, começa em seu nome inspirado pela “Operação Tarântula”, polêmica e curta ação policial feita de fevereiro a março de 1987, que perseguiu mais de 300 travestis com o pretexto de que, ao exterminá-las, podia-se prevenir o HIV.

“Tarântula” para o trio também significa a energia feminina e a fertilidade da aranha que tece sua própria rede – assim como o trio ao se aliar a diversos produtores – entre eles Guilherme Kastrup, Haroldo Tzirulnik, Márcio Arantes e Marcelinho Ferraz – para apresentar um disco de MPB moderno e eclético que vai da pista ao samba da Bahia.

Raquel, Assucena e  Acerbi se conheceram no curso de história da Universidade de São Paulo por volta de 2011. Da convivência, algumas ideias já se colocaram como projeto musical. A banda decidiu tocar junto de fato a partir da morte de Amy Winehouse, em 2011. O primeiro álbum da banda, “Mulher”, foi lançado oficialmente em 2015 e, dois anos depois, veio o segundo álbum, “Bixa”

Comedoria (Sesc Belenzinho) – Rua Padre Adelino, 1.000, Belenzinho, São Paulo.

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