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Sandra Cinto expõe rede de afetos no Itaú Cultural, em São Paulo

Quem conhece a produção de Sandra Cinto logo pensa em ondas formando mares agitados ou imensos céus estrelados, que ela pinta com caneta de tinta permanente. Mas a exposição “Sandra Cinto: das Ideias na Cabeça aos Olhos no Céu“, que abre nesta quarta-feira (11.03) gratuitamente, no Itaú Cultural, em São Paulo, vai além desse universo.

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Em um arco temporal formado pelos três andares dedicados às exposições no instituto, o visitante tem contato com a essência da produção da artista e de sua evolução criativa. Traçando uma espécie de panorama desses 30 anos de dedicação à arte, navega-se entre desenhos, pinturas, esculturas, vídeos, livros de artista e projetos de arte pública.

A sua relação com outros artistas está em uma série de obras que foram referência para ela ou que dialogam com o seu trabalho. Entre elas, “Festa de São João em Ouro Preto” ( 1961), de Alberto da Veiga Guignard; “Azulejos da igrejinha Nossa Senhora de Fátima| (1958), de Athos Bulcão ou “A Grande Onda de Kanagawa”, (1829-1832), xilogravura sobre papel washi, de Katsushika Hokusai e uma clara inspiração para ela.

Há muitas peças de mulheres nesta mostra, também, em uma relação de gerações, mestras e alunas. Por exemplo, “Projeto para 1.001 Dias” (bordados) foi feito por Regina Silveira, sua professora, e a acrílica sobre tela, “Sem título” (1990), assinada por Ana Maria Tavares, também ex-aluna de Regina. Há, por sua vez, obras de artistas que foram ensinadas por Sandra, como Lia Chaia de quem é apresentado “Setamanco”, de 2009.

Com curadoria de Paulo Herkenhoff, a primeira grande mostra do ano no Itaú Cultural apresenta o trabalho de Sandra e seus cruzamentos em quase 200 peças, algumas nunca vistas antes. A expo segue até 3 de maio, um domingo.

ACESSÍVEL
Nesta exposição, cada andar apresenta piso e obras táteis, audiodescrição, vídeoguias, e audiovisuais com interpretação em Libras, de modo a que os visitantes cegos e surdos possam apreciar o trabalho da artista. Pelo menos 18 áudios e sete objetos táteis, assim como os pisos e o mapa descritivo de cada andar e mobiliário projetado para facilitar a movimentação de cadeirantes permitem o acesso de todos os públicos aos três pisos do espaço expositivo do Itaú Cultural.

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