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“Não sabia se conseguiria fazer esse disco”, afirma Lauv, atração do Lollapalooza Brasil

Se o Pop gostosinho de Lauv, de 25 anos, estivesse à venda em uma gôndola de supermercado, ele com certeza estaria na mesma seção que nomes da nova geração, como as sensações da internet Troye Sivan e Julia Michael. No novo disco “~how i’m feeling~” (Universal), lançado nesta sexta-feira (06.03), o príncipe da sofrência abre discussão sobre drogas e internet ao mesmo tempo que fala sobre problemas de saúde mental.

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De sua casa, em Los Angeles, o cantor norte-americano Ari Leff, seu nome de batismo, conversou por telefone com RG, onde falou sobre essa odisseia de 21 músicas. Sim, bastantes para os tempos de internet. Mas ele gosta de trabalhar. Já pensa até no próximo trabalho, que promete ainda para este ano. Mas é cedo para falar.

No recém-chegado às plataformas, aproveitou que já conhecia Alessia Cara, Anne-Marie, Sofía Reyes, BTS e, claro, o amigo Troye, para colaborar. Para contextualizar (até porque ele aparece com as cores da bandeira LGBT nas fotos de divulgação), o cantor é heterossexual, mas levanta bandeiras de aceitação. Apareceu até na capa da Gay Times, como um aliado da comunidade.

Uma das atrações do Lollapalooza Brasil (ele se apresenta no primeiro (de três dias de festival), em 3 de abril), ele falou que não estava tão ansioso por lançar este disco. Mas animado. Foi uma longa jornada até que estas 21 músicas fizessem sentido. Leia a entrevista na íntegra:

RG – Está feliz em lançar o “~how i’m feeling~”? 

Lauv – Eu estava em uma posição (mental) muito ruim e não sabia o motivo. Não tinha certeza se conseguiria fazer este álbum e ele está aí, finalizado. Então, estou muito orgulhoso. Foi um tipo de terapia lançar esse projeto, juntar minhas emoções. Agora, estou muito emocionado e estável. E já estou produzindo meu próximo álbum. Muito feliz.

Próximo álbum? 

Eu sei. Mas espero que ele esteja pronto logo e possa lançado este ano, talvez.

Como você classifica esse novo momento da carreira? Está tudo muito colorido, não? 

É sobre criar diferentes personagens, novos aspectos de quem eu sou. Abraçar quem você é, estar OK com diferentes partes da sua personalidade. Com a internet, as pessoas falam sobre ter sua marca pessoal e ser uma coisa. E há muita pressão por parte das pessoas. Não acho que você tenha de ter apenas uma personalidade, então esse trabalho é sobre deixar as coisas fluírem e auto-aceitação.

Qual lado da sua personalidade quer que conheçam com esse trabalho? 

Eu acho que as pessoas me conhecem como o romântico. Nesse trabalho, há outros aspectos, como um lado mais picante (na música El Tejano, com Sofía Reyes).

Você se descreve nas redes sociais como o homem de uma banda só. É por causa do curta (“One Man Band”) da Pixar? 

Na verdade, muitas pessoas mencionam isso. Mas nunca assisti a esse filme. Acho que vou ter de assistir hoje à noite (risos).

Quais assuntos permeiam o novo disco? Você teve problemas de saúde mental no meio desse percurso, não?  

Sim, e muitas das músicas falam sobre isso, mas de uma maneira otimista. E foi difícil fazer esse disco. E isso foi essencial para que eu o levasse para frente. Uma das minhas músicas favoritas se chama “Modern Loneliness”. Evidencia como me senti durante muito tempo. Também canto sobre corações partidos, tópicos existenciais, saúde mental, internet…

E são bastantes músicas. E, também, muitas collabs…

O mais engraçado é que, quando comecei a fazer o álbum, não sabia que teria tantas colaborações ou que iria trabalhar com elas. Aconteceu naturalmente. Fui apresentado (aos artistas) e isso guiou como fizemos as músicas. Já era fã de Anne Marie, mas não tínhamos nos encontrado até fazer a música (“fuck, i’m lonely”). E o BTS, eu os conheci em um show de Londres. Viramos amigos e a música rolou. Com Alessia Cara, conversávamos sobre a vida, já éramos fãs uns do outro. Mandei uma demo para ela no Canadá, ela amou. E escreveu sua parte. Esses encontros aconteceram de diferentes formas.

Você vem para o Lollapalooza em breve. Qual mensagem deseja trazer para os fãs?

Queria que todos pudessem se aceitar plenamente. Há muita pressão para que você se encaixe (em rótulos). Há muitos aspectos de quem somos. Quando crianças, somos livres, não há limitações para nos expressar. Você cresce e isso vai desaparecendo. E eu quero meus shows (na turnê que leva o nome do disco) sejam sobre esse momento. Eu me sinto assim. Me sinto assim, de uma maneira diferente. E sobre se aceitar.

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