No segundo single e clipe de seu mais recente trabalho, “APKÁ!”, a cantora e compositora Céu utiliza uma licença de justaposição da língua portuguesa para traduzir saudade para o mundo, com “Corpocontinente”. A canção é uma parceria com o francês Hervé Salters e ganha filme na leitura do diretor Rodrigo Saavedra.
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O disco, lançado em setembro de 2019, traz em seu batismo outra figura de linguagem, com o nome em referência à primeira palavra que o segundo filho da cantora, Antônio, falou.
Ele nasceu após o lançamento do disco anterior dela, “Tropix”, em 2016. No espaço entre o quarto e quinto álbuns de estúdio de Céu, muita coisa aconteceu e o resultado é consolidado em “APKÁ!”, em faixas como “Corpocontinente”, onde ela tanto abraça quanto subverte o posto de representante da nova MPB.
A obra de Céu é marcada pelo posicionamento político sem panfletagem. Também pela abordagem romântica da existência. No single e clipe novos ela monta a equação de saudade na soma de duas pessoas, dois corpos, dois continentes em que o sentimento “(…) se faz/ Quando a soma de dois/ Resulta em um/ Sentido só para nós”.
No filme, Céu canta sob um passeio em delírio em embarcação, em fuga de universo distópico enquanto a saudade é encoberta por cortina de fumaça num remar em oceano onírico. Traz referência de grandes obras, o que quase a intimidou na proposta.
“(O resultado apresenta) Um clipe extremamente brasileiro e tropical, porém a maneira como as coisas são filmadas e consolidadas, vira absolutamente contemporâneo e mundial. Então vejo referências do Brasil e vejo do mundo, e acho que trata de um sentimento amoroso, e de uma relação, que é a saudade, por um outro ponto de vista extremamente interessante”, diz Céu.