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“Tento fugir de obviedades”, afirma Marina Lima sobre documentário

Por André Aloi

A Marina Lima que pouca gente conhece é a que está retratada no documentárioUma Garota Chamada Marina“, de Candé Salles, que estreia nesta quinta-feira (23.01) nos cinemas nacionais. “Não proibi nada, o filme é do Candé. Mas eu tento fugir de obviedades”, conta a cantora em entrevista exclusiva a RG.

O diretor, amigo pessoal (eles se conhecem há mais de 20 anos) e ex-namorado passou a última década registrando cada passo da carreira de Marina. “Fiz um pacto com o Candé, é um filme com o olhar dele. Mas eu gosto e acho graça nas coisas que sugere e mostra. O recorte é interessante e me orgulha”, reforça. Virginiana e – até por isso – um pouco controladora (ela é corroteirista), diz que ajudou a partir do que já tinha filmado e, por isso, não sentiu falta de mostrar outros lados ou personagens que fizeram parte de sua história.

O documentário narra diferentes tempos da cantora e toca em temas delicados, como depressão e os problemas com a voz. “Foram pedidos do próprio Candé ,da Letícia Monte e do Lula Buarque de Holanda (donos da Espiral Filmes, produtora do filme encomendado para o Canal Curta!)”, diz ela sem ter problemas em revisitar esses assuntos.

A relação de intimidade com que os dois têm foi determinante para a construção filme – eles namoravam, nos idos de 2009, quando tudo começou. “Nós somos muito diferentes, aliás, já vi que isso me fascina. Eu diria que eu e ele somos complementares. Eu consigo entender, rir e torcer pela loucura dele e vice-versa”, conta a cantora, que até dividiu teto com o diretor durante um tempo.

Marina deixou o Rio de Janeiro e mora em São Paulo há cerca de 10 anos (na época do álbum Clímax, lançado em 2011. “Eu gosto de morar em São Paulo, me vejo aqui por um período grande ainda. Não sei quais são os meus planos pra sempre”, destaca. Marina Lima pode ter deixado o Rio, mas sempre busca projetos com alma carioca. Vide participação na faixa “Puro Disfarce” (parte do “Letrux em Noite de Climão, lançado em 2017).

Aliás, Alice Caymmi é outra artista com quem adoraria colaborar. Mas nada de planos, só vontade mesmo. Depois do documentário, seu próximo projeto é um songbook, livreto dedicado às partituras. Colecionadora de hits – são dela “À Francesa”, “Fullgás”, “Veneno”, “Pra começar”, e alguns outros, ela quer deixar esse legado registrado não só em áudio, mas também para os letristas das próximas gerações.

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