Entre os dias 7 de novembro e 6 de dezembro Sérgio Free ocupa Galeria Alma da Rua com a exposição “Antrópicos” – palavra que nos remete às alterações feitas pelo homem no mundo.
Reconhecido pelas ruas de São Paulo por seus grafites, Free traz nessa ocupação uma analogia ecológica entre a metrópole e o planeta Terra, onde a arte urbana é denominada crime ambiental e vandalismo. Com dez obras, ele aponta e questiona as grandes empresas mundiais que jogam responsabilidades e consequências nas mãos dos consumidores.
“Nessas telas eu apresento um olhar muito crítico e reflexivo em relação às empresas que poluem o ar, rios, solos e oceanos com seus resíduos. Eu, como artista, me sinto obrigado a fazer essa provocação. A arte é isso também”, comenta Free. “Além de utilizarem recursos naturais em uma velocidade muito elevada, causando desequilíbrios nos ciclos biogeoquímicos. São esses negócios que colocam em risco a existência de qualquer espécie, inclusive a humana”, complementa.
Nascido na Bahia, Free passou a morar na capital paulistana ainda criança e, em seus pequenos trajetos rotineiros passou a observar a arte urbana em pichações. Só descobriu que aquilo não era bem visto pela sociedade quando, muito novo, ajudava alguns artistas de seu bairro e estes foram levados pela polícia. “Aos 8 anos de idade, tudo era muito lúdico, ainda mais na visão de uma criança. Foi duro começar a entender como a cena do street art era percebida”.
Free participou de diversas exposições coletivas, e, em sua primeira individual, em 2018, teve todas as obras vendidas no dia de abertura, bem como a ocupação na Casa Jacarepaguá, que aconteceu em agosto deste ano. Desde então tem atraído a atenção de colecionadores tanto do Brasil como no Exterior. “Antrópicos” é a sua terceira solo.