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Layla Motta lança seu primeiro livro de fotografia

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O livro “Onde a borda é segredo e a profundidade, silêncio”, de Layla Motta, aborda segredo, profundidade e silêncio, e traz uma coletânea de imagens realizadas em diversos lugares entre 2013 e 2017. Tiradas no momento indefinido entre o dia e a noite, as imagens evocam mistério e, através da luz, compõem um jogo entre o que se revela e o que se mantém oculto.

Possui algo cíclico, o sujeito das imagens se repete de formas diversas, se alternando entre o natural e o artefato. Algumas fotos estarão expostas na galeria Lamb Arts.

Layla nasceu em 1988 em São Paulo e cresceu entre o caos da cidade e a calma do litoral. Viajar é parte essencial de sua vida e trabalho. Já morou na Nova Zelândia, Nova York e Londres e, atualmente, tem São Paulo como base.

Entre o sul do Chile, ilhas inóspitas da Escócia e o litoral brasileiro, Layla está particularmente interessada em lugares que possuem um certo tom de mistério e magia muitas vezes imperceptível a um olhar desatento.
Bacharel em Artes Plásticas pela Faap é também formada pelo International Center of Photography em Nova York. Começou a trabalhar com fotografia em 2012 e fez diversas assistências até começar a carreira solo. Já realizou exposições, incluindo uma individual na Zipper Galeria e uma coletiva no MuBE (Museu Brasileiro de Escultura), e  publicou em revistas.
Leia a seguir entrevista com a artista.

Quando e como nasce sua vontade de fotografar?

Me formei em Artes Plásticas e ao longo da faculdade trabalhei sempre com escultura e instalação. Para o meu trabalho de conclusão do curso usei a fotografia como suporte e ali percebi que era onde me expressava melhor.

Que tipo de foto gosta de fazer, suas imagens parecem-me mais poéticas.

Gosto de muito da imagem que traz mais perguntas do que respostas. Gosto de fotografar entre o dia e a noite, quando tudo é mais indefinido e misterioso.

Por que foi para Nova Zelândia? Era um sonho de lazer ou queria ver as outras cores que a terra tem e captar isso?

Fui para a Nova Zelandia por curiosidade em conhecer uma natureza mais inóspita. A mistura de praias com montanhas, a cultura maori e a inglesa, e para completar o surfe.

Fale sobre suas experiências em Nova York e Londres, fotografou nessas cidades também?

Sim. Fui para NYC em 2012, assim que me formei em Artes Plásticas com a vontade de mergulhar na fotografia e desenvolver projetos. Passei os oito meses estudando e fotografando uma ilha do Bronx. Um lugar onde as pessoas estão cansadas da intensidade de Manhattan e buscam certo isolamento.

Fui para Londres em 2016 com a vontade de trabalhar como assistente de fotógrafos de moda. Foi uma experiência muito enriquecedora, perceber o quanto são experimentais e abertos ao erro mesmo trabalhando na fotografia comercial. Fui assistente do Robi Rodrigues, Lea Colombo entre outros fotógrafos que trazem novas propostas para a fotografia de moda.

Como surgiu a ideia de fazer um livro?

Surgiu assim que voltei de Londres há dois anos. O livro era uma compilação de fotos do meu arquivo inicialmente, e trabalhando com a editora Vibrant percebi que faltava um pouco de material para poder dar mais força e afirmar o que está sendo contado. Então houve esse segundo momento de planejar e ir fazer essas fotos e, ao mesmo tempo, de estar com o olhar atento e sempre com alguma câmera para poder captar uma imagem que coubesse na proposta.

Você fotografa desde 2012, já são 7 anos, como foi selecionar as fotos para o livro “Onde”? Qual foi a premissa para esta seleção, houve um tema?

A seleção inicial foi muito intuitiva e passado esse primeiro momento comecei a pensar na historia e sensações que queria passar com o livro. Às vezes, penso em algumas palavras-chaves como guia e vejo se a imagem se relaciona com todas essas palavras. Em dado momento estava lendo o dicionário do símbolos e encontrei na simbologia do poço – algo que conecta as profundezas com a superfície – o título do livro “Onde a borda é segredo e a profundidade, silêncio”, essa ideia virou o fio condutor na escolha final das fotos.

Qual é a relação entre suas fotos e a natureza? Entre a magia e suas imagens?

Acho que a minha fotografia e o jeito de viver têm muito a ver com estar atenta e sensível a esses momentos de certa magia que acontecem ao nosso redor o tempo todo. Estando perto da natureza e sem tantos estímulos que a cidade propõe, isso fica ainda mais perceptível. Quando estava morando em Londres viajei para a Escócia em busca de lugares com historias de bruxas de outros séculos. Acredito que as lendas sobre o que elas faziam está muito mais ligado a essa sensibilidade única que essas mulheres tinham em relação a natureza.

Como Layla vê o seu próprio trabalho?

Sempre fui muito curiosa e com interesses diversos, encontrei na fotografia uma maneira de me aprofundar em uma mídia e ao mesmo tempo poder flutuar entre diversos lugares, temas e maneiras de trabalhar, seja no meu trabalho comercial ou produção artística.

Como utiliza seus conhecimentos em artes plásticas no seu trabalho como fotógrafa?

O trabalho do artista é muito questionador e experimental, acho que isso que pode trazer em algum momento uma linguagem ou propostas que são somente suas.

Quais são seus próximos projetos?

Tenho fotografado bastante o litoral de São Paulo, espero que em algum momento vire um livro ou exposição. Fora isso, estou indo nas próximas semanas para o Rio e Salvador para fazer a direção de fotografia de um documentário para o canal Curta!

Quando pretende viajar de novo, para onde e por quê?

Vou para minha lua de mel no Japão em fevereiro e Galápagos para o aniversário de 60 anos da minha sogra. São viagens de férias, mas sempre levo minhas câmeras comigo.

Lamb Arts – Rua Barão de Capanema, 343, 9º andar, Jardins, São Paulo. Das 12h às 19h (de quarta a sexta), e das 12h às 18h (aos sábados). Até 2 de novembro.

Foto: Divulgação
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