Até o dia 15 de dezembro, de quarta à domingo, das 14h às 18h, a Casa-Museu Ema Klabin promove a exposição “Retratos de Ema Klabin”, com curadoria do arquiteto Paulo Costa. Na exposição, o público poderá conferir em destaque, na entrada do espaço cultural, obras que retratam a mecenas e colecionadora que deixou como legado o museu que leva seu nome e é um dos grandes pontos turísticos de São Paulo.
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Ao longo de sua vida, Ema (1907 – 1994) encomendou apenas três retratos, todos entre o final dos anos 1940 e início dos anos 1950. As obras foram produzidas em diferentes expressões artísticas, uma pintura à óleo de Arthur Kaufmann (1949), uma escultura de Bella Karawaewa Prado (1954) e uma série de fotografias de Gregori Warchavchik (1940).
De acordo com o curador Costa, os três retratos de Ema foram produzidos em um período marcado por importantes mudanças em sua vida pessoal e transformações no cenário econômico e cultural de São Paulo, que despertava para um momento de progresso e estabilidade propiciado pelo final da Segunda Guerra Mundial.
“Após a morte de seu pai, Hessel, em 1946, Ema deixou de ser a irmã do meio que cuidava do pai e, aos 40 anos de idade, transformou-se em uma mulher independente, de personalidade e atitude. É justamente nesse momento que Ema começa a formular uma nova persona pública para si, que manteria até o final da vida: a empresária e mecenas, colecionadora e viajante incansável, de espírito livre e altivo”, explica Costa.
Em comum nos retratos de Ema, Costa aponta a forma despojada em que a colecionadora se apresenta, com roupas e penteado simples e sem qualquer joia ou adereço, trazendo a atenção para sua expressão facial e seu olhar, pensativo e distante.
O curador ainda salienta que outro denominador entre os artistas e a colecionadora– que possivelmente foi determinante na sua escolha – é o fato de todos fazerem parte dos movimentos migratórios que marcaram o início do século 20. Ema era filha de imigrantes lituanos (educada na Suíça e Alemanha), Kaufmann um judeu alemão, expulso pelo nazismo, que se estabeleceu nos Estados Unidos. Tanto Warchavchick quanto Bella eram naturais de Odessa (Ucrânia), ela chegou ao Brasil ainda criança e estudou com mestres do nosso modernismo, e ele formado em Arquitetura em Roma.
O período de realização dos retratos também é significativo pelo esforço conjunto empreendido por paulistanos de famílias tradicionais e imigrantes para a criação de instituições culturais que moldariam a identidade cultural de São Paulo. Entre eles: a criação do Masp (1947), do MAM (1948), a realização da 1ª Bienal (1951), culminando com as grandes exposições do 4º Centenário da cidade (1954), que inaugurou o Parque Ibirapuera.
Fundação Ema Klabin – Rua Portugal, 43, Jardim Europa, São Paulo.