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Zurique: mostra de Frans Krajcberg e Nazareth Pacheco

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“A beleza salvará o mundo. A frase do escritor russo Fiódor Dostoievski, nunca foi tão atual, pois é justamente quando tantas coisas vão mal em torno de nós que é necessário falar da beleza do planeta e do humano que o habita.” A afirmação do filósofo búlgaro Tzvetan Todorov exprime o cerne da exposição “Dangerous beauty: The essence of forestry and humanity in the works of Nazareth Pacheco and Frans Krajcberg”, que estreia em 1º de novembro, na unidade de Zurique, Suíça, da Galeria Kogan Amaro.

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Com curadoria de Ricardo Resende, diretor artístico da galeria, a mostra reúne trabalhos icônicos da paulista Nazareth Pacheco e do polonês Frans Krajcberg (1921-2017). Expoente de uma geração de artistas que despontou entre as décadas de 1980 e 1990, tempo em que o País entrava em ebulição com pautas relacionadas à mulher, Nazareth tomou sua condição feminina e sua biografia, em particular as narrativas relacionadas à história de seu corpo, como matéria-prima para suas obras tridimensionais. Sua obra é sobre a vida transformada em objetos belos, aparentemente adornos para o corpo, feitos com a matéria plástica – lâminas, agulhas, anzóis, sangue e cristais – para cortar e dilacerar a memória do corpo “retratado” na sua ausência física.

Krajcberg encontrou no Brasil o que precisava após perder toda a família para a 2ª Guerra Mundial. Chegou ao País em 1948 e firmou residência no Rio de Janeiro. Amante das florestas, teve a natureza como principal fonte de inspiração para sua obra e a explorava através de formas e aspectos cromáticos em pigmentos naturais, esculturas e gravuras. Tal qual um ativista que grita pelas plantas e animais, Frans escancara para o mundo a exuberância da sua obra feita de troncos, cascas, flores e folhas, revelando sua intimidade com a alma das florestas e matas.

Em comum, ambos os artistas tratam de questões audazes, perigosas, que seduzem pela beleza da matéria e pela forma de expressar realidades duras. “A beleza na obra de Nazareth e Krajcberg é a expressão de temas dramáticos sem cair ou resvalar para o trágico e feio”, explica o curador. “Pelo contrário, não estão tratando da beleza simplista e inocente no sentido semântico da palavra, comumente associada aquela ideia de um pôr do sol bonito ao fim da tarde”, completa.

Galeria Kogan Amaro –  Löwenbräu-Kunst Limmatstrasse, 270, Zurique, Suíça.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

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