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Exposição exalta beleza de mulheres com câncer de mama

Sob curadoria de Paulo Klein, 30 fotografias de Márcio Scavone com intervenção artística de Sandra Martinelli compõem a mostra que fica em cartaz na área externa da Casa Rosas até 20 de outubro. A visitação à exposição “Artemisa” é gratuita.

Trinta pessoas em tratamento de câncer de mama foram modelo por um dia para o  fotógrafo Scavone. Na sequência, a artista Sandra fez uma pesquisa e relacionou as histórias das mulheres, à paleta de cores do fotógrafo e alguma pesquisa sobre espécies botânicas com propriedades medicinais para criar uma intervenção artística, com tinta à óleo, sobre as imagens impressas.

“Artemisa” foi idealizado por Igor Cayres, mestre em gestão cultural e artística e filho da grande produtora cultural e antropóloga Beth Cayres, criadora do Panorama Percussivo Mundial (PercPan), que morreu de câncer em abril de 2019. “A proposta é criar um espaço de conscientização da prevenção por meio de um projeto artístico”, explica Cayres. “Criamos um cenário para acolher e valorizar as mulheres em tratamento de câncer de mama. Foram diversos perfis, idades e estágios de tratamento e cada uma emprestou sua força, beleza e história para ajudar na conscientização da população da importância de realizar os exames preventivos”, completa.

Para o curador, o projeto ultrapassa as artes plásticas e alcança o patamar que ele chama de “arte convivência”. “Como um todo, o projeto se utiliza de uma técnica mista, unindo fotografia, pintura, processo digital, mas também envolve o ouvir, o sentir, o refletir da força das pessoas fotografadas. É das histórias dessas mulheres que se alimentaram o fotógrafo, a maquiadora, a pintora, o cinegrafista e todos que tiveram a chance de estar envolvidos”, explica.

Os 30 modelos, 29 mulheres e um homem – já que o câncer de mama também atinge, em menor escala, o sexo masculino – foram selecionados pelo Coletivo Pink, projeto de conscientização sobre o câncer de mama, fruto da parceria da Pfizer com diversas instituições como Instituto Oncoguia, Femama, Fundação Laço Rosa, Meninas de Peito e Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (Imama). “Eu achei incrível a proposta da seção de fotografia, a experiência como um todo. Não tenho vergonha de mostrar minhas cicatrizes. Elas fazem parte da minha história, contam quem eu sou e o quanto eu consegui ressignificar, a partir do câncer, a minha vida”, conta Regiane, uma das fotografadas.

De acordo com Scavone, o retrato começa na conversa, no olhar, no gesto, na observação. “Sempre achei que uma das obrigações do retratista é mostrar o que o retratado quer esconder. De repente, no meio desses 30 retratos, eu percebi que elas e ele não tinham nada a esconder, ao contrário, querem mostrar tudo”, revela.

Casa das Rosas – Av. Paulista, 37, Bela Vista, São Paulo.

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