Top

A Microsoft está atenta: a família surface está crescendo

Por Marcos Tenório

A última semana foi bastante animada para quem, como eu, estava reclamando da falta de notícias sobre lançamentos, a Amazon finalmente lançou a Alexa e os dispositivos Echo no Brasil, que eu fui beta tester durante cerca de seis meses e, confesso, amo meus Echos Dots!

Mas outro lançamento, silencioso como sempre, mexeu com as tendências do mercado tecnológico mundial. Há algum tempo as empresas vêm tentando desenvolver dispositivos com duas telas: Huawei e Samsung saíram na frente mas não conseguiram lançar suas soluções no mercado ou ainda, tiveram problemas quando tentaram fazer isso.

O muito interessante e atraente Galaxy Fold foi um fiasco no lançamento, o aparelho belíssimo mas com problemas na tela, que descascava nos primeiros usos, foi distribuído para influenciadores que, ao em vez de divulgar um super novo dispositivo, divulgaram um grande novo problema que poderia ter chegado ao mercado e sujado mais uma vez a imagem da empresa coreana.

Daí chega a Microsoft, sim, aquela empresa do Windows que nem sempre é considerada a vanguarda da inovação tecnológica. Confesso que sempre achei injustiça pois os produtos dela têm ótima qualidade, principalmente seus devices. Os dispositivos como mouses, teclados, Xbox, entre outros são reconhecidos pela incrível qualidade.

A linha Surface levou a empresa americana ao patamar de criadora de tendências em notebooks e tablets há alguns anos, desde o lançamento do Surface RT e do Pro, a empresa vem encabeçando mudanças significativas nesse mercado.

Recentemente, a empresa lançou mais opções de dispositivos para essa linha, como o Surface Studio, um desktop criado especialmente para designers, ilustradores e arquitetos. E a mais nova empreitada dela é um notebook de duas telas com uma nova versão especial do windows para esse tipo de dispositivos.

O Surface Neo é a nova versão desse sucesso da Microsoft, ele tem duas telas de 9 polegadas, uma versão especial do windows chamada de Windows X, lançada no mesmo evento e todas as potencialidades de um chip InteI Lakefield criado especificamente para dispositivos com duas telas e novas interações.

Além do novo “notebook” também foram lançados a Surface Slim Pen, uma caneta que se integra ao aparelho e os Surface Ear Buds, fones de ouvido intra-auriculares sem fio. Além da Type Cover, uma capa com teclado que se integra às telas de forma bastante interessante, adicionando novas funcionalidades a ela, como a touch bar dos Macbooks.

Com o irmão maior a empresa lançou também o Surface Duo, um smartphone com Android embarcado e, da mesma forma que o Neo, com duas telas unidas por uma dobradiça. Essa não é a primeira vez que eles se aventuram pelo mundo dos smartphones, durante algum tempo a empresa manteve seu próprio sistema operacional móvel.

O Windows Phone, que depois virou Mobile, foi uma empreitada interessante e frustrada da empresa que buscou emplacar um sistema operacional leve e robusto, mas que não tinha aplicativos suficientemente famosos que levassem os usuários a trocar seus telefones pelos Nokias, HTC e Samsung existentes com o sistema. Sua aventura móvel deixou de receber novos aparelhos em 2015, quando reconheceu que sim, ele estava morto.

Agora, a Microsoft parece que aprendeu com seus erros do passado e criou o novo dispositivo junto com a poderosa Google, o que garante acesso aos milhares de aplicativos da Play Store, além de atualizações do sistema.

A gigante de Redmond parece ter reencontrado seu caminho para a inovação e voltou a apostar na inventividade, deixando a cara sisuda que muitas vezes teve. Um dos grandes gargalos deles é o marketing que investe apenas em atacar a Apple em vez de falar de seus diferenciais em relação à maçã.

Torço, sinceramente, que a empresa não abandone seus lançamentos e fãs (eu era um deles) e, além disso, lembre-se que existe um mercado interessante no Brasil, já que a linha surface nunca ensaiou ser lançada por aqui até hoje.

Marcos Tenório é Designer, Sócio da Kalulu Design&Comunicação, Mestrando em Design de Artefatos Digitais pela Universidade Federal de Pernambuco, Mentor do Armazém da Criatividade, Professor de Design de Interiores na Uninassau e de Design Gráfico na UNIFG. Criador do Podcast MaybeCast, nas principais plataformas.

Mais de Cultura