Dez artistas pernambucanas se uniram para criar um espetáculo que mistura poesia, dança, performance e música para refletir sobre o feminino. Assim nasceu o projeto “A Dita Curva”, idealizado pela cantora, compositora e dançarina Flaira Ferro. Sucesso de público no Recife, o show desembarca em São Paulo nos dias 21 de setembro, às 20h30, no Sesc Osasco (com intérprete de libras), e 22 de setembro, às 18h, na Casa Natura Musical. No Rio de Janeiro, a apresentação acontece no dia 31 de outubro, às 19h30, no Teatro Rival.
A ideia é estimular um ambiente de troca e empatia com o público. “Precisamos contar nossa história sem mediadores ou intérpretes. Precisamos falar com nossas palavras sobre o que sentimos, somos e como queremos desfrutar nossas vidas. Esse espetáculo, assim como tantas iniciativas feministas emergentes, traz, por meio da arte, a autonomia da nossa voz. É político, poético e urgente em uma sociedade patriarcal que mata, oprime e silencia nossa existência”, comenta Flaira.
“A Dita Curva” se opõe às caixas que padronizam a existência em sociedade. Flexível às diferenças, o projeto abraça coletivamente a individualidade poética e a potência criativa de cada artista, sugerindo momentos de canto em grupo, solos, duos e quartetos. Desta forma, violino, percussão, violão, viola e teclado transitam por vários estilos musicais, do maracatu ao rock e ao pop eletrônico. Do ponto de vista cênico, as dez mulheres performam em ações e contextos que viram roda, caminhadas lentas, desenhos assimétricos e outras possibilidades cênicas de ocupar o palco com o corpo.
“Sem dúvida, nosso espetáculo promove uma rede de apoio onde conseguimos dar as mãos por meio da arte. E não falo só das artistas que estão em cena, falo de todas as pessoas que, de alguma forma, se conectam com o propósito da cura coletiva do feminino. Quando uma mulher desperta, a energia de cura se espalha por todas as outras pessoas”, comenta a cantora e compositora Ylana Queiroga.