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Man Ray ganha mostra inédita com 255 obras

Fotógrafo, pintor, escultor, cineasta… são vários os atributos de Man Ray, um dos maiores artistas visuais do início do século 20 e expoente do movimento surrealista. E é parte de sua história criativa – um recorte significativo de seu trabalho – que o público vai poder conhecer de 21 de agosto a 28 de outubro na exposição “Man Ray em Paris” apresentada pelo Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo.

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Quase 130 anos após seu nascimento, o País recebe 255 obras do artista nunca antes vistas pelo público brasileiro, entre objetos, vídeos, fotografias e serigrafias de tamanhos variados – de 40×30 a 130×90 cm – todas desenvolvidas durante os anos que viveu em Paris, entre 1921 e 1940, seu período de maior efervescência criativa.

Depois do CCBB SP, a mostra segue para a unidade de Belo Horizonte, entre 11 de dezembro e 17 de fevereiro de 2020. A realização é do Centro Cultural Banco do Brasil, com patrocínio do Banco do Brasil e do Ministério da Cidadania.

Com curadoria de Emmanuelle de l’Ecotais, especialista no trabalho do artista e responsável por seu Catálogo Raisonée, a mostra irá ocupar o CCBB SP e será dividida em duas categorias.

A primeira trata da fotografia como um instrumento de reprodução da realidade, focando-se em seus famosos retratos – seu ateliê era uma referência entre a vanguarda intelectual que circulava pela Paris da década de 1920 -, nos ensaios para a grife de Paul Poiret e em fotos para reportagens.

Já na segunda, outro lado se revela: o da manipulação da fotografia em laboratório com o intuito de criar superposições, solarizações e “raiografias”, um termo criado por Man Ray (do inglês “rayographs”), em alusão a si mesmo. Assim, portanto, ele inventa a fotografia surrealista.

O projeto da exposição prevê, ainda, reproduzir imagens da vida parisiense de Ray acompanhado pelos artistas que lhe foram contemporâneos e por sua musa, Kiki de Montparnasse. Além de uma programação de filmes assinados por ele, intervenções como um laboratório fotográfico, com elucidações sobre as técnicas utilizadas em sua obra, marcam a interatividade com o visitante.

Ainda fazem parte do evento uma palestra com a curadora Emmanuelle no dia 21 de agosto e outra com o fotógrafo Pedro Vasquez sobre as técnicas de fotografia do Man Ray, em data a ser confirmada. A produção executiva é da Artepadilla.

Para a curadora, esta retrospectiva, pela primeira vez no Brasil, procura abranger a imensa e multiforme obra de Ray e apresenta a lenta maturação de sua obra e um panorama completo de sua criatividade. Emmanuelle ressalta que apesar de ser conhecido principalmente por sua fotografia, é também criador de objetos, realizador de filmes e faz-tudo genial. “Após tornar-se rapidamente fotógrafo profissional, sua obra oscila, de maneira contínua, entre o trabalho de encomenda – o retrato, a moda -, de um lado, e o desejo de realizar uma ‘obra artística’, do outro. Em suas palavras, ‘o artista é um ser privilegiado capaz de livrar-se de todas as restrições sociais, cujo objetivo deveria ser alcançar a liberdade e o prazer’”, comenta.

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