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Atriz franco-americana Alli Willow fala com RG

A atriz franco-americana Alli Willow estreia no dia 29 de agosto no filme “Bacurau”, uma coprodução Brasil-França gravada no Sertão do Seridó, divisa do Rio Grande do Norte com a Paraíba. Mas não é só isso, ativa, ela está em outras duas produções de cinema além de atuar na série “O Escolhido”, da Netflix, que terá uma nova temporada em novembro.

“Bacurau”, premiado em Cannes no início deste, tem direção de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, além de Sônia Braga no elenco, conta a história de um pequeno povoado do sertão que sofre um baque com a morte de Dona Carmelita. Pouco tempo depois, os moradores percebem que a comunidade não está mais nos mapas e, além disso, o local é mais uma vez abatido, desta vez com série de assassinatos. No filme, Alli interpreta Kate.

“Queria conhecer uma cultura que me intrigasse”, diz Alli em entrevista exclusiva para o Site RG. A atriz também fala sobre sua relação com o Brasil: “amo este País, sua poesia, sua simplicidade, sua ternura natural, enfim, me apaixonei por este lugar.”

Leia a seguir a entrevista e conheça um pouco mais sobre a atriz e seus projetos futuros.

O que a levou a vir para o Brasil para atuar?

Já me interessava pela língua, e tinha me decidido a vir para o Brasil conhecer uma cultura que me intrigava. Quando assisti a um curta da Petra Costa numa mostra em Nova York, me apaixonei definitivamente pelo aspecto simples e poético do filme. Logo depois disso houve oportunidade de fazer uma pequena participação na minissérie “Amorteamo”, na Globo, a convite de Flávia Lacerda, com quem tinha amigos em comum.

Como foi voltar para a sua terra natal com um filme nacional?

Foi, no mínimo, fantástico estar no red carpet representando um país de outra língua, somado ao fato de ter dividido esta jornada do filme com pessoas tão diversamente interessantes, e que me marcaram tanto. Simplesmente emocionante!

Você está gostando de participar de uma série da Netflix (“O Escolhido)?

Sim, muito, pois Netflix é a plataforma que mais assisto.

Você já sabe se a série vai ter uma segunda temporada?

Sim, terá! A previsão é de estrear em novembro.

Como foi trabalhar com o Kleber Mendonça e Julio Dornelles?

[Trabalhar com Mendonça] Enriquecedor, assim como também trabalhar com Juliano Dornelles, em “Bacurau”. Me marcaram tanto, que a partir dali, sempre que consigo algo novo, ligo para agradecer terem acreditado tanto em mim naquela altura.

Conte um pouco sobre sua personagem no filme.

Bem, trata-se de um tipo de grande intensidade emocional. Limítrofe! Pois beira o insano por sua força arrebatadoramente natural, uma sobrevivente que se contradiz, em dado momento, tornando-se, até certo ponto, vulnerável e frágil. Complexa, desafiadora, mas… muito cativante. Tanto que a “trago” comigo até hoje! 

Você tem outros projetos no meio das artes para o futuro?

Sim, inclusive, estou no elenco de “Três Verões”, de Sandra Kogut, que estreia nos cinemas ainda neste ano, e gravando “Tinnitus”, o novo filme de Gregório Graziosi.

Você está gostando de morar no Brasil?

Eterna estrangeira, uma vez que vivo de malas prontas para um próximo destino no mundo, no Brasil, sinto-me em casa. Amo este País, sua poesia, sua simplicidade, sua ternura natural, enfim, me apaixonei por este continental lugar.

Como se preparou para o filme?

Foi uma imersão total durante meses nos grotões do Brasil. Lugares e pessoas simples e acolhedoras. Um mundo, de certa forma, com todas as peculiaridades inerentes, rico e, por vezes, pouco conhecido do mainstream. Com esse cenário de fundo, tive a oportunidade de viver um verdadeiro “regalo”(presente, em espanhol) ao interpretar a personagem de “Bacurau”, tão desafiante.

Qual a importância de um filme nacional ter ganhado um prêmio em Cannes?

É surpreendente que um país onde em algumas cidades ainda não haja cinema, possa estar no mesmo panteão disputando com outras produções. Por se tratar de Cannes, há um sabor especial, sem dúvida.

Como foi a experiência do tapete vermelho em Cannes e o que você usou para o evento?

Foi incrível! Estar ali no red carpet, representando um filme brasileiro, foi uma experiência inesquecível. Eu usei um terno do Reinaldo Lourenço e sapatos da Louboutin. A estilista maravilhosa Ale Benenti montou o look.

Como você acha que o filme vai ser recebido no Brasil?

Depende de quem assiste. Mas acredito que o filme, tanto pela estética quanto pela mensagem política, vai tocar e intrigar totalmente, dado o viés revolucionário e profundamente brasileiro.

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