A Casa Triângulo apresenta a terceira exposição individual do artista Eduardo Berliner. São 19 pinturas a óleo sobre diferentes suportes [tela, lona solta e madeira], além de três grupos de desenhos. Um deles reúne dez cadernos de anotações feitas ao longo do último ano e cujas páginas serão viradas semanalmente durante o período da mostra, que vai de 3 de agosto a 14 de setembro.
SIGA O RG NO INSTAGRAM
Para o artista, a qualidade da superfície da madeira justifica seu uso como suporte ao longo dos últimos anos. O modo como Berliner realizada seu trabalho é essencialmente introspectivo. “De forma geral, o repertório imagético deriva do acúmulo de registros diários realizados durante anos em meus cadernos reconfigurados pelo contato com o processo de pintura. São anotações de natureza distinta que flutuam entre a observação do meu entorno, informação absorvida de maneira consciente e inconsciente e uma mapeamento de questões íntimas com forte carga psicológica”, diz.
Um exemplo da temporalidade na obra de Berliner está no trabalho “A Estranha Permanência da Memória das Coisas Vistas no Escuro” (2017). Composta por 50 pequenos desenhos e textos em nanquim e aquarela, criam uma atmosfera intimista onde observações e distorções da memória lado a lado gerando uma narrativa que oscila entre unir elementos delicadamente para logo em seguida despedaça-los, com o simples movimento dos olhos.
A exposição conta com texto assinado pelo escritor português Valter Hugo Mãe.
Casa Triângulo – Rua Estados Unidos, 1.324, Jardins, São Paulo. Até 14 de setembro.