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Marina Chap Chap estreia espetáculo de dança em SP

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“Reexistir, refazer, revelar, resistir… O apego pela autoimagem celebra um cárcere privado. A pulsão emerge e a jornada se torna necessária. No momento de se libertar, desenha-se o infinito movimento de vir de novo. É um mergulho nas questões existenciais que temos ao longo da vida. As descobertas feitas ao longo dessa jornada, muitas vezes angustiantes, nos força a quebrar amarras e ressignificar nossa existência para encontrar a harmonia. O espetáculo tem como foco central essa jornada que remete a busca pela união ego-alma, a união primordial com o universo. Reexistir, refazer, revelar, resistir… O impulso auto reflexivo, o indivíduo se relacionando com as diversas forças e facetas de seu ego. O espetáculo tem a intenção de despertar o público para suas próprias questões existenciais. O infinito movimento de vir de novo. Revir.”

Com essa temática é embalado “Revir”, espetáculo de dança de Marina Chap Chap Droghetti, em cartaz no Sesc 24 de Maio, em São Paulo. A bailarina formada na EAT Contemporain (Ministère de la Culture) Paris, estudou balé clássico, dança contemporânea e jazz. Fez uma performance no museu Rodin e na Bourse de Paris.

“A ideia do espetáculo total, da dança em foco, os elementos cinematográficos, a dramaturgia e a ilusão de ótica que ele trabalha me levam para um estado de total  presença e imersão artística. Busco colocar tudo isso nos meus trabalhos”, diz  Marina.

No Brasil, em 2015, fundou o próprio estúdio e desenvolveu o método BalletBuild. A técnica mescla balé no chão com alongamentos e pilates, que desenvolve um corpo flexível e tonificado. Uma de suas grandes referencias é o coreógrafo Philippe Decoufle, com quem pôde estudar por alguns meses.

Leia entrevista do Site RG com a bailarina:

Qual foi a concepção do espetáculo “Revir”?
Eu era publicitária e trabalhava na área da criação. Aos 22 resolvi largar tudo para virar bailarina. Desde o começo da minha carreira, oito anos atrás, tinha o sonho de criar meu próprio espetáculo. Passava horas desenhando criando e montando, cheguei perto de fazê-lo lá atrás, mas não me sentia preparada. O tema era sempre a vida, as passagens, as transformações, interferências e evolução do ser nessa experiência na terra.

Quanto tempo você levou para criar?
Quando assisti Decoufle pela primeira vez tive certeza que eu tinha que criar. Fui atrás dele em Paris para ver seu trabalho mais de perto. Ele trabalha com o conceito de espetáculo total, mistura teatro dança cinema e me leva para um lugar de total imersão. Há um ano convidei meu amigo e bailarino Joaquim Tomé, para coreografar o “Revir”, que está sendo criado há muitos anos, mas chegou a ter mais corpo e finalmente uma equipe em agosto de 2018.

Qual a expectativa da recepção do público com sua obra? Com que olhar eles devem assistir ao espetáculo?
Pretendo gerar nas pessoas uma vontade de entender as suas próprias questões nesta vida. Suas amarras, se aprofundar no tema do ego, entender o quanto ele pode servir para o bem mas também para o mal. O quanto a união ego alma é importante e essencial para uma vida em harmonia. Sei que não é fácil, mas só de gerar um interesse no assunto, uma vontade de se entender e se perceber nos “movimentos” dessa vida, de analisar seu próprio ego e suas amarras já sei que estarei colaborando para o bem.

A ideia que quero passar com “Revir” é de uma pessoa que se sente completamente presa nas marras do ego e que luta para se libertar, luta contra as energia “baixa” do seu ego que tenta sabotar e destruir ela mesma, mas também pode sentir quando esse instinto, selvagem como um animal, está a seu favor para lhe impulsionar e proteger. O nome “Revir” vem pois acredito que podemos vir nessa vida muitas vezes, ou até viver muitas situações repetidamente até superar e se libertar das amarras e encontrar a união do ego com a essência da alma e do espírito.

Após esses dois dias em SP, vc pretende levar o espetáculo para outras cidades?
Pretendo levar o espetáculo para o máximo de cidades possíveis dentro e fora do Brasil. Tenho uma relação forte com a Europa onde morei sete anos, mas principalmente Paris, onde fiz minha formação como bailarina.

“Revir”
Sesc 24 de Maio – Rua 24 de Maio, 109, Centro, São Paulo.
Dias 2 e 3 de julho, às 21.

Foto: Sérgio Caddah
Foto: Sérgio Caddah

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