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Flip anuncia espetáculo de abertura

O espetáculo “Mutação de Apoteose”, inspirado em um trecho de “A terra”, primeira parte de “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, acontece após a Sessão de Abertura da 17ª Festa Literária Internacional de Paraty – Flip, no dia 10 de julho, às 20h. A apresentação, realizada pela Universidade Antropófaga com direção artística da atriz Camila Mota, foi criada a partir das canções compostas para as montagens da obra do autor homenageado da Flip 2019, feitas pelo Teatro Oficina no começo dos anos 2000.

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“Euclides da Cunha é um autor que imprime muita oralidade na escrita, que inevitavelmente se transformou em música na aventura de transpor o livro para o teatro. Agora, é uma nova transposição, que parte da matéria criada pela encenação do Teatro Oficina, mas coloca novamente as palavras cantadas como motor do espetáculo. Voltar ao livro ‘Os sertões’, que revelou a força estética das insurreições, das lutas contra o martírio da terra, é muito importante nesse momento, em que devemos invocar inteligência, clareza, interpretação e eloquência”, afirma Camila.

Para a realização do espetáculo, as composições, que são assinadas por autores como Tom Zé, Arnaldo Antunes, Adriana Calcanhotto, Chico César, Karina Buhr, José Miguel Wisnik, Celso Sim e Péricles Cavalcanti, além do próprio coro de atores, serão reinterpretadas para representarem as urgências do Brasil contemporâneo.

O elenco contará com crianças e jovens de Paraty que vão participar de oficinas de teatro e música no período pré-Flip, como parte das ações de permanência do Programa Educativo da Festa Literária.

“As canções compostas para as montagens do Teatro Oficina formam um repertório maravilhoso e muito variado. É um trabalho coletivo e, mais do que isso, um encontro de diferentes talentos individuais”, diz Fernanda Diamant, curadora da 17ª Flip.

Para Mauro Munhoz, diretor-geral e artístico do Programa Principal da Flip, “o trabalho coletivo do espetáculo dirigido por Camila conversa com fundamentos primordiais da Flip: envolve jovens moradores de Paraty e integra linguagens como a literatura, o teatro, a dança e a música. Tudo isso após a fala de Walnice Nogueira Galvão. Da palavra dita à palavra cantada e encenada”.

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