Antônio Luiz Júnior mais conhecido pelo seu nome artístico Rappin’ Hood é um rapper, compositor, produtor, apresentador e ativista brasileiro. Assim ele é apresentado pelo site Wikipedia, cuja consulta virou obrigatória para quem quer saber mais sobre pessoas influentes e celebridades. Mas isso é pouco para traduzir que é Rappin’ Hood no cenário da música.
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Um dos principais nomes do rap e do hip-hop no Brasil, o artista sempre encarou a luta por uma sociedade melhor, encabeçando projetos sociais que levassem à frente possibilidades de uma vida melhor para os menos privilegiados, negros e pobres. Até hoje é assim.
Seu mais recente projeto é uma parceria com o Red Bull Music Pulso, do qual é curador e também atração. A ocupação musical reúne 25 artistas independentes para discutir o futuro do rap e seu encontro com outros estilos. O resultado é aberto ao publico com experimentações por meio de palestras, workshops e shows gratuitos.
Leia a seguir entrevista exclusiva concedida ao Site RG:
Como é para você assumir o papel de curador em um evento como o Pulso? Você já tinha feito isso? Como está sendo o trabalho do grupo até agora?
Rappin Hood – Estou muito feliz com esta oportunidade que a Red Bull me deu de ser curador do Red Bull Music Pulso 2019. Estou muito honrado em estar nesta curadoria e com certeza passou a ser uma coisa inesquecível na minha carreira, já! Antes de acabar, já vai ser inesquecível. Está sendo realmente sensacional trabalhar com este coletivo formado por Srta. Paola, Liu, Johnny e DJ Kri. A gente se adaptou bastante: já fizemos diversas músicas e estamos colaborando com os outros grupos. Todos são muito legais, sensacionais!
Como você vê o rap hoje em dia? Você acha que o estilo está mais pop e gosta dessa democratização? O que você acha que é mais legal e mais difícil na cena hoje?
Rappin Hood – O rap hoje em dia está grande, muito forte. A gente transcendeu as barreiras. Estamos em todos os lugares, na classe média, na classe rica, nas festas de rap, nas faculdades, em casas sofisticadas. Mas eu não gostaria que ele perdesse sua base, que é a periferia, queria que não abandonasse o povo e nem suas raízes. Isso eu acho importante. Realmente, estamos mais populares, mais pop. Eu acho importante esse crescimento, a popularização do estilo. Mas como dizia Sabotage, não podemos esquecer que “o rap é compromisso”. O que é mais legal na cena de hoje é ver que o trabalho que a velha escola fez deu frutos. Temos uma nova geração grande e forte. Acho que isso é o mais legal. Agora, o mais difícil hoje em dia está sendo a velha guarda ser reconhecida. Acho que tem caras da velha guarda que ainda merecem um reconhecimento, que a nova escola e todo o movimento os coloque num lugar merecido. Tem pessoas que ainda merecem isso.
Qual é a importância do rap para a sociedade hoje em dia, na sua opinião?
Rappin Hood – A importância do rap para a sociedade… Eu vou falar sobre o povo pobre e o povo negro. O rap e o hip-hop me salvaram. Eu poderia ser mais um marginal, mais um maluco vendendo droga ou assaltando, roubando. O rap trouxe autoestima para toda uma geração de pessoas pobres, pessoas negras, pessoas na periferia. Acho que esta foi a principal contribuição do hip-hop, do rap de trazer esta autoestima, trazer esta educação para o nosso povo de que a gente pode conquistar as coisas, pode vencer. Seja pelo rap ou pelo trabalho as pessoas de periferia podem vencer.
E o futuro do rap.. Qual é o futuro do rap para você?
Rappin Hood – A meu ver, o futuro do rap no Brasil é se misturar cada vez mais com os outros estilos musicais, sejam eles populares ou não, eletrônicos ou não. O movimento está cada vez maior aqui. Vão surgir rappers no Brasil inteiro e derivados do rap, ficando cada vez mais popular, cada vez mais pessoas escutando o rap, que já é o estilo de música mais escutado no mundo e eu creio que este é futuro do rap brasileiro e de outros lugares do mundo.
Qual foi o maior desafio que você enfrentou nessa sua longa jornada vivendo de música, especialmente o rap?
Rappin Hood – Maior desafio para mim foi gravar. No meu tempo era muito difícil a gente conseguir gravar. E o meu outro maior desafio foi provar que rap era música, né? Que não era coisa de baderneiros. Era música. Rap é música.
Que dicas você daria para um rapper ou MC que está começando a carreira?
Rappin Hood – Minha maior dica é a perseverança. Perseverar é minha maior dica. Acreditar que você pode vencer. Quando todo mundo te desacreditar, quando ninguém acreditar em você, você tem que acreditar que com a sua música, com sua obra você pode vencer. E eu te digo mais: não se preocupe com fama, dinheiro. Isso é besteira. Preocupe-se sim em fazer boas músicas, mandar boas mensagens e assim você vencerá.
Quais seus projetos para 2019?
Rappin Hood – Vem vindo disco novo aí! Novo álbum do Rappin Hood, chamado “Os Dez Mandamentos”, está chegando. No Dia dos Namorados teremos um EP especial de comemoração da data e o Posse Mente Zulu também vem chegando com novidades. Muitas coisas novas para acontecer. Vamos pra cima. Fé em Deus e pé na tábua!