O filme tunisiano “Meu Querido Filho”, de Mohamed Ben Attia (o mesmo diretor de “A Amante”), estreia no Brasil nesta quarta-feira (03.01). Na próxima quarta-feira (09.01), às 19h30, haverá uma sessão com debate no Cinema Caixa Belas Artes, que contará com a presença de Salem Nasser, professor de Direito Internacional da FGV e membro do Instituto da Cultura Árabe, e dos jornalistas Ubiratan Brasil e Luiz Carlos Merten. Os ingressos serão distribuídos na bilheteria, a partir das 18h30.
A produção (assista aqui ao trailer) conta a história do sumiço de um jovem que sofre de enxaqueca constante, porém desaparece quando parece estar melhor.
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Ben Attia revela que o ponto inicial da história surgiu de uma relato que ouviu em uma rádio. “Relatos de pais que estavam à procura dos filhos que tinham se juntado ao Estado Islâmico começaram a se espalhar nas rádios, na televisão, nos jornais. Infelizmente, tornou-se quase que comum. Um dia, ouvindo um pai falando sobre sua história, realmente me afetou. Ele continuava repetindo: ‘meu filho’. Eu rapidamente percebi que o que me interessou mais não foram as razões que fizeram o filho sair, mas o ponto de vista dos que ficaram para atrás: os pais dele que não viram isso chegando”, revela.
Para Ben Attia, o pilar do longa é o chefe de família, Riadh (Mohamed Dhrif), que considera que a felicidade é cuidar de sua casa, ir trabalhar e ganhar o pão de cada dia. “É o que ele imagina também para o filho. Porém, tudo entra em colapso quando ele se aposenta e o jovem some”, diz. Ben Attia conta ainda que o maior desafio do projeto era não cair no óbvio. “O mais difícil foi tentar não cair maniqueísmo previsível: permanecer sutil e delicado. Eu queria evitar a opção óbvia de uma imediata condenação, mesmo que seja completamente legítima. Eu queria ir além do nível superficial do ódio, de raiva, embora, mais uma vez, seja completamente compreensível esse sentimento”, completa.