Emily Macdonald-Korth, uma especialista de arte do Longevity Art Preservation, em Nova York, pensou que estava indo para um trabalho forense de rotina no mês passado, quando um cliente pediu que ela confirmasse que a pintura de Jean-Michel Basquiat, de 1981, era de fato dele.
SIGA RG NO INSTAGRAM
Ela planejava conduzir análises de pigmentos e elementais, tirar fotografias técnicas e observar a imagem sob luzes UV e infravermelhas. O check-up da obra estava indo normalmente até que ela usou sua lanterna UV, comumente usada para identificar vernizes ou outros sinais de que uma pintura sofreu reparo, e desligou as luzes do teto.
Foi quando ela os viu: desenhos que Basquiat havia feito em tinta invisível.
“Eu começo a olhar para essa coisa e vejo essas flechas”, disse Emily à Artnet News. Ela acendeu as luzes novamente para ter certeza de que não estava imaginando as coisas e as flechas desapareceram. Ela apagou as luzes novamente e lá estavam elas: duas flechas desenhadas no que parecia ser um lápis de luz negra, virtualmente idênticas a outras flechas desenhadas visivelmente na tela com barras de óleo vermelhas e pretas. “Eu nunca vi nada assim”, disse ela. “Ele basicamente fez uma parte totalmente secreta desta pintura.”
Na verdade, esta não é a primeira vez que Basquiat é conhecido por usar materiais UV fluorescentes. Em 2012, a Sotheby’s London descobriu que sua pintura Orange Sports Figure, de 1982, continha uma assinatura de tinta invisível do nome do artista no canto inferior direito. Mas ele nunca foi conhecido por incluir imagens específicas de UV em seu trabalho.
Não está claro se Basquiat pretendia que os desenhos invisíveis servissem como um guia subjacente para a pintura, ou se os considerava um elemento do trabalho concluído. Mas Emily acha que eles se encaixam em seu processo maior de pintura sobre uma imagem e deixando-a parcialmente visível, “então há uma história lá, no fato de ter algo secreto”, disse. “Ele deve ter brincado com uma lanterna UV e pensou: ‘isso é legal’. Isso realmente se relaciona com o jeito dele de ‘apagar’ [uma obra].”x