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Ansel Elgort: “meu objetivo era ser ator, não um astro de cinema”

A John John acaba de lançar a primeira edição do Journal da marca. Com o objetivo de seguir a atitude descolada da label, a publicação traz uma curadoria personalizada de conteúdo sobre cultura, moda e lifestyle. No e-commerce também será possível encontrar uma seção com matérias exclusivas do online.

Entre as novidades desta edição está o perfil de Ansel Elgort, ator, DJ e modelo que tem dez filmes na carreira e mais de 10 milhões de seguidores nas redes. RG reproduz a reportagem na íntegra, com exclusividade. Leia:

Ansel Elgort decidiu que seria artista aos 9 anos de idade, quando fez parte de uma montagem de “O Quebra-Nozes” no Lincoln Center, em Nova York. Cresceu em meio ao teatro e aos musicais da Broadway, incentivado pelos pais, Grethe Holby, ex-bailarina e hoje coreógrafa e diretora de ópera, e Arthur Elgort, um dos maiores fotógrafos de moda norte-americanos.

Ansel já foi modelo de várias marcas internacionais e recentemente da John John, em que estrelou a campanha Dance Battle, uma reprodução de uma batalha de dança.

Hoje, é um dos jovens atores mais cobiçados de Hollywood: em cinco anos de carreira no cinema fez dez filmes. Mas continua com o pé no chão. “Meu objetivo era ser ator, não um astro de cinema. Ficaria feliz tendo trabalho”, disse. Não que não fosse ambicioso. “Queria ser Marlon Brando, não um astro da Nickelodeon. Agora quero ser Paul Newman, porque ele permaneceu sendo o cara a vida toda.”

Enquanto o sucesso não chegava, o garoto do Brooklyn ficou nos palcos até se arriscar nas telas aos 18 anos, em uma nova versão de “Carrie – A Estranha”, de Kimberly Peirce, em 2013.

No ano seguinte, apareceu na adaptação da amada série de livros “Divergente” (2016), sobre uma sociedade distópica em que os jovens são divididos em castas, e na versão cinematográfica do best-seller de John Green “A Culpa é das Estrelas” (2014), sobre dois adolescentes lutando contra o câncer, em que contracenou com a protagonista Shailene Woodley. Ansel ficou famoso imediatamente. “No dia em que fui anunciado em ‘Divergente’, passei a ter 5 mil seguidores no Twitter. Quando me escalaram em A Culpa é das Estrelas, pulei para 25 mil num dia.” Hoje, são 10,5 milhões.

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Tamanho reconhecimento cobra seu preço, e Ansel descobriu isso logo. O ator usa as redes sociais para reforçar sua mensagem. “Se eu discordo de algo, se eu digo uma coisa brincando e alguém leva a sério, eu posso responder no Twitter. Sou meu maior veículo”, disse. Ele deixa claro que adora seus seguidores, mas, não raro, eles passam dos limites. “Uma vez uma fã me viu, começou a chorar, gritar, pegar no meu rosto no avião. Acabou sendo o maior estardalhaço. Depois disso, tuitei: ‘Se você algum dia me encontrar, venha só dizer oi, como uma pessoa comum. Eu vou falar com você, dar autógrafo, tirar foto. Mas sou só um cara normal’.”

Desde cedo ele aprendeu que a estratégia costuma funcionar. Filmando “A Culpa é das Estrelas”, em Amsterdã, passou por acaso por um grupo acampado na frente de um hotel, onde achavam que ele estava hospedado. “Elas gritaram, mas eu falei: ‘Calma, eu não saio daqui antes de tirar foto com todo mundo’. Tento falar com todos. É uma maneira de lidar com as pessoas. Se você se cerca de seguranças, vão pular em você.”

Ansel Elgort tenta seguir os conselhos que recebeu ao longo da vida. “Alguém me disse para não acreditar no meu próprio hype, porque sou apenas um cara normal. Se tive sorte de ser escalado para alguns papéis, isso não me torna melhor do que ninguém. Tenho orgulho de ser ator e de fazer esses trabalhos, mas sei que não estão gritando por minha causa, e sim porque estou nesses filmes.”

Morar no Brooklyn ajuda a se manter um pouco mais anônimo e a fazer as outras coisas de que gosta, como jogar videogame, passar um tempo com Violetta Komyshan, sua namorada desde o colégio. Continua andando de metrô e comendo na rede de comida mexicana Chipotle. Também arranja tempo para trabalhar com música – sob o codinome Ansølo, ele começou a publicar faixas de música eletrônica em 2014.

Seu mais recente single, “Supernova”, saiu em janeiro. Ele já tocou em festivais e abriu shows de bandas como The Chainsmokers.

Mas Ansel anda ocupado com o cinema, conseguindo papéis mais maduros agora que tem 24 anos. Depois de ser indicado ao Globo de Ouro na categoria de ator de comédia ou musical por sua atuação em “Em Ritmo de Fuga” (2017), de Edgar Wright, em que interpretou um motorista de um bando de ladrões, ele acaba de filmar a adaptação de “O Pintassilgo”, de Donna Tartt.

Agora, está escalado para a refilmagem do clássico musical “West Side Story” (o filme, de 1961, foi lançado no Brasil como “Amor, Sublime Amor”, dirigido por Steven Spielberg, em que vai poder mostrar seu talento como cantor. Nada mau para alguém que não sonhava em ser um astro.

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