Quem segue o perfil @akapoeta e é apaixonado pelas ressignificações feitas por João Doederlein nem imagina que o poeta começou a publicar em seu blog aos 13 anos, antes de migrar para o Facebook e, finalmente, para o Instagram, onde reúne mais de um milhão de seguidores.
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“Já escrevi diversos tipos de textos diferente. No blog e no Facebook, escrevia prosas maiores e trabalhava com a fotografia de alguns colegas. Tentei formatos menos tradicionais, como pintura com aquarela e escrever em jornal. Como sempre gostei de mexer no Photoshop, criei essa ideia de definições de palavras, em um formato quadrado”, conta João.
Quando o escritor compartilhou o novo trabalho no Facebook e viu que ele foi muito bem recebido, percebeu que este talvez fosse o formato ideal para o Instagram. “Não moldei o novo formato a plataforma. Quando fiz um formato que achava que cabia lá, também fui para ela”, conclui.
Os usuários da rede social amaram a poesia criada por João, principalmente as que falam de amor próprio e ansiedade. O escritor, que foi diagnosticado com o problema psicológico, diz que escrever funciona como uma terapia. “De certa forma, me tira daquele momento desesperado e me acalma, me alivia”, diz João, que confessa que saber que outras pessoas se identificam com seus sentimentos é outro fator que lhe faz se sentir mais forte em meio a uma crise.
“O diferencial é que meus textos não falam mal da sociedade. Eles são uma descrição, uma conversa minha comigo mesmo, um meio de escrever o que eu estava sentindo”, explica.
João também conta que está procurando uma maneira de voltar a se dedicar à prosa. “Gosto muito de escrever sobre algumas personagens minhas, mas parei de postar quando migrei pro Instagram. A ‘Matilda’ e a ‘Isabel’ eram conhecidas na minha página no Facebook. Eu continuo escrevendo, mas estou esperando um momento certo para apresentá-las para um público maior. Não sei dizer qual será a reação do público com a prosa e a ‘contação’ de história”, disse.
O poeta espera conseguir se dedicar mais a esse tipo de texto no futuro e deseja lançar mais livros, até mesmo um romance. Além disso, João quer colocar poemas na rua, literalmente. Depois de criar um mural no Beco do Batman, em São Paulo, e de fazer algumas parcerias com grupos especializados em lambe-lambe, o escritor quer que suas palavras tomem conta da cidade.