O cineasta italiano Bernardo Bertolucci morreu na segunda-feira (26.11), em Roma, aos 77 anos. Grande mestre, ele levou o Oscar pelo filme “O último imperador”, em 1987, por melhor diretor, melhor filme e melhor roteiro. O longa faturou, ao todo, nove estatuetas.
Em maio de 2011, ele recebeu uma Palma de Honra, no Festival de Cannes, pelo conjunto de sua obra. Para homenagear o diretor, RG separou três dos seus filmes que fizeram história. Relembre:
“Último Tango em Paris” (1972)
Estrelado por Marlon Brando e Maria Schneider. A ideia do filme veio das fantasias eróticas de Bertolucci, que certa vez viu uma bela mulher desconhecida na rua e imaginou em ter relações sexuais com ela sem nem saber quem ela era. O roteiro foi escrito por ele, Fanco Arcalli e Agnès Varda, que cuidou dos diálogos adicionais. A fotografia é do premiado Vittorio Storaro.
Maria Schneider denunciou abertamente em 2007 e Bernardo Bertolucci confirmou em 2013: ela foi estuprada em cena. A indústria cinematográfica norte-americana manifestou nas redes sociais seu repúdio pelo comportamento do diretor do filme e a Brando. Ambos acordaram não revelar a Schneider, à época com 19 anos, os limites a que a cena chegaria, que inclui uma sodomia simulada, para que a reação da jovem fosse a mais verdadeira possível. “Queria sua reação como menina, não como atriz”.
“O Último Imperador” (1987)
Foi o filme mais premiado de Bertolucci. Levou o Oscar de melhor diretor (é o único italiano a ter levado o prêmio), melhor filme e melhor roteiro. O longa faturou, ao todo, nove estatuetas.
Ele conta a história da vida de Pu Yi, o último imperador da China. Depois de ser capturado pelo Exército Vermelho como um criminoso de guerra em 1950, Pu Yi, na prisão, se recorda de sua infância. Ele se lembra de sua juventude pródiga na Cidade Proibida, onde lhe foi proporcionado todo o luxo, mas também protegido do mundo exterior e da complexa situação política que o cercava.
“Os Sonhadores” (2003)
Em 1968, um estudante americano entra para o mundo dos irmãos parisienses Theo e Isabelle. Os três compartilham o amor pelo cinema, mas logo a relação se transforma triângulo amoroso. A história usa extratos de filmes clássicos e a realidade do trio é afetada pela tensão crescente da época.
O filme ganhou oito prêmios internacionais, entre eles o Prêmio Goya de Melhor Filme Europeu.