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Negra Li: ícone do rap brasileiro lança o álbum “Raízes”

Negra Li marca sua volta para a música brasileira com o álbum “Raízes”, que ressalta a raiz africana, a raiz musical e a raiz da periferia. O disco será lançado na sexta-feira (23.11) e promete emocionar o público. O Site RG conversou com Liliane de Carvalho sobre seu novo trabalho e sua carreira musical. Veja a seguir e tenha um gostinho de como será o novo CD:

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De onde veio o nome Negra Li?
Quando eu entrei no RZO (grupo de rap e hip hop brasileiro), em 1998, ia fazer 17 anos, eles perguntaram o meu nome. E era muito comum naquela época, o rap usar nomes para se alto afirmar. Quando eu respondi “Liliane”, um deles falou Liliane? negra? Negra Li. E foi assim, fazendo trocadilhos, usando a primeira sílaba do meu nome.

E como foi quando você gravou com o Chorão? Como foi ver o impacto de “Não é Sério”, que estourou no Brasil?
Foi muito sem querer! O Charlie Brown, o próprio Chorão, era muito fã do RZO, que me abriu portas. Ele convidou o grupo inteiro para fazer uma faixa no CD dele, e o RZO possui muitas músicos. Então eles gravaram todos juntos, e ficou tão cheio, que não cabia mais a minha voz. E ele me disse “mas tem um outro rap que eu quero lançar e essa música fica para você”. Ele me deu uma fita. Escutei até não poder mais, e não conseguia escrever nada em cima. Até que eu deixei a fita continuar, e adorei a melodia da faixa seguinte. Compus em cima do solo de guitarra: “o que eu consigo ver é só um terço do problema”, baseado no que eu tinha ouvido da música. Quando chegou o dia de ir no estúdio, ele disse “e ai? escreveu?”, e eu falei “escrevi, mas em outra faixa”. E ele ficou chocado, mas acabou ouvindo minha letra e adorou. E isso mudou a minha vida. Porque até então, eu era conhecida pelo público do rap, e através do Charlie Brown eu comecei a fazer muitos trabalhos, a ser chamada como carreira solo, fui chamada para apresentar um prêmio na MTV… e aí, assinei o contrato com a gravadora, fui conhecida pela mídia através da musica “Nada é Sério”.

Você começou no rap, depois deu uma abertura musical e gravou outros ritmos. Agora você está voltando pro rap?
Não é bem voltando. As músicas contam com batidas de rap, samba, vocal R&B, e o que está acontecendo agora é que eu estou voltando a ter a liberdade de compor em cima das referências que eu sempre tive, que é o Rhythm and Blues e a Soul Music. Eu estava com um estúdio ao meu dispor, e eu comecei a escrever as canções quando eu estava grávida. E o que eu queria era compor e lançar músicas que eu realmente gostaria de fazer, porque há muito tempo as pessoas não entendiam o que eu  queria. Em 2008, mostrei uma demo para uma gravadora com músicas cheia de batidas, e não aceitaram, porque era “americanizado”. Músicas que hoje Anitta, Iza e Ludmila fazem. A nova geração já veio com muito mais informação, por causa da internet. Hoje o mundo se aproximou demais, então os jovens ja cresceram ouvindo o inglês, para eles já é muito mais comum.

Esse disco tem quantas músicas?
Tem 11 faixas. E tem uma pessoa me ajudando muito a compor, que chama Fabio Brazza. Ele é um rapper e é um gênio. Ele teve um samba aprovado que vai sair pela Dragões da Real, que será o samba enredo da escola de samba. Ele que está me ajudando a colocar para fora os meus sentimentos. Eu digo para ele o que eu quero falar, e ele rapidamente coloca em melodia.

Então é um CD autoral com coautoria. Você assina todas as músicas?
Praticamente. Se eu não escrevi palavras, eu não vou pegar. O Fabio Brazza por exemplo, se ele escreveu sozinho, vai sair Fabio Brazza como autoria. Mesmo se tiver inspiração minha, ou mesmo que eu tenha dado ideias, eu não tenho essa necessidade. Mas eu tenho muitas músicas, as cinco faixas por exemplo, que eu já tinha escrito são todas autorias minhas, junto com meu marido e os dois produtores.

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