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“Nem todas têm o privilégio da liberdade”, diz Maitê Proença sobre ser mulher

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Um dos assuntos mais falados durante esta Copa do Mundo é a participação das mulheres na cobertura dos jogos. Enquanto repórteres e narradoras se dividem entre a Rússia e o Brasil para, por aqui temos outra cronista de respeito: Maitê Proença, que tem escrito seus textos para o jornal “Estadão” e se viu apaixonada pelo assunto desde a temporada passada.

“Tudo começou na Copa de 2014, quando o SporTV me convidou pra participar de um grupo como comentarista de futebol. Éramos um roqueiro, um historiador, um jornalista e uma atriz. Entre os leigos eu era a mais leiga, e me virei fazendo comentários que derivavam do futebol, mas que não continham nada técnico. Deu certo aquela mulher entre os rapazes. E quando eu não entendia nada, eles explicavam sempre de um jeito meio cômico, já que o programa tinha um pé firme na comédia”, explica a atriz em conversa com RG.

Paralelo à escrita, Maitê tem se dedicado à peça “A Mulher de Bath”, adaptação do conto homônimo do escritor britânico Geoffrey Chaucer. “A Alice é uma personagem de 1380, na idade média. E as questões dela são iguais às das mulheres de hoje: falta de respeito, falta de liberdade para ser como bem entende. O que muda são as circunstâncias”, conta a atriz.

Para Maitê, “na época dela, para poder experimentar a relação com homens variados, era preciso estar casada – pra não virar uma desclassificada – e, em seguida, que os maridos morressem. Nossa personagem dá sorte porque fica viúva cinco vezes”.

Ao falar sobre a peça, ela chama atenção para o tabu ainda existente sobre a liberdade feminina. “A Alice gosta dos homens, mas também gosta da bebida, da rua, das festividades, da alegria. Naquela época não havia liberdade pra tanto apetite, então ela é obrigada a usar da astúcia com mil artifícios, artimanhas e truques. Assim fizemos ao longo de todas as épocas. E ainda fazemos pra poder respirar um ar menos opressivo”.

Conhecida por suas personagens sensuais e, fora da TV, pela independência com que conduz sua vida pessoal, Maitê afirma que “A Mulher de Bath” fez com que refletisse sobre o assunto.

“Me faz pensar que nem todas as mulheres têm o privilégio da liberdade. Paga-se um preço alto por ela. E há situações em que, mesmo querendo, não se sai da opressão. Então, quem tem voz deve falar pelas outras que precisam se calar, seja por medo, por falta de condições financeiras, por falta de autoestima ou de educação pra se livrar da armadilha”.

(foto: divulgação)

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