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“Cara, esse Tom Jobim é muito bom”, diz Fernanda Takai sobre homenageado em novo disco

O primeiro contato de Fernanda Takai com Tom Jobim foi ainda na infância, enquanto músicas do compositor tocavam frequentemente em sua casa e na residência de muitos muitos brasileiros.

Porém, foi apenas quando mais velha que a cantora percebeu o quão vasto era o repertório do artista, sempre cheio de parcerias inusitadas, que iam de Elis Regina até Simone: “Eu pensei: ‘cara, esse Tom Jobim é muito bom, ele consegue dialogar com todo mundo’. Ele era maestro, mas ao mesmo tempo popular”, explica a cantora em um bate-papo exclusivo com a RG.

Apesar de todo o encantamento, a ideia de gravar o “Tom da Takai”, álbum de releituras de músicas de Tom Jobim que sai em 1° de junho, veio no ano passado, enquanto Fernanda estava em tour com os icônicos produtores de bossa nova Marcos Valle e Roberto Menescal, comemorando os 80 anos do último. “Dentro desse show havia muito Tom Jobim. A sensação da gente cantando e performando as músicas era muito boa”, diz a artista que, apesar dos 26 anos de carreira na banda de pop rock Pato Fu, identifica o seu timbre de voz como próximo da escola da bossa nova.

“Essa ideia ficou mais forte quando o Menescal falou: ‘poxa, Fernanda, você nunca gravou um disco só de Tom. Que tal fazer o Tom da Takai?’. Ele chegou com o título já”, divide a cantora, que apresenta to trabalho 13 faixas de canções ‘lado b’ do compositor carioca.

Para escolher as músicas, foi necessário um verdadeiro trabalho de garimpo na discografia de Tom,  que conta com mais de 200 músicas. Com a ajuda dos veteranos Valle e Menescal, que conviveram com Jobim, o trio se encontrou em um momento descontraído no Rio de Janeiro para fechar a seleção do que entraria no álbum.

A motivação por trás do projeto é apresentar o tom clássico da bossa nova para um novo público, que não viveu o auge do gênero musical. “Acho que a música sobrevive no tempo por causa disso, vai ganhando nova vida à medida que uma outra platéia entra em contato com ela”, filosofa a cantora.

De acordo com Fernanda, a música mais desafiadora do repertório é “Bonita”, faixa que abre o álbum. “Eu conhecia a versão do Frank Sinatra e, quando você só conhece um tipo de interpretação, ele fica na cabeça”, ela pontua. Com a ajuda de Menescal e a partitura de Jobim, a dupla conseguiu chegar em uma melodia fiel à original, embora o arranjo seja diferente.

Já quanto a favorita da cantora, ela elege “Aula de Matemática”. “Eu sou mãe de uma adolescente de 14 anos e ela e a turma toda tem pavor de matemática. Eu falei para ela: ‘olha como a aula de matemática pode ser legal!’”, conta Fernanda ao risos. “Às vezes, a interface em relação a algum assunto é o que cria a dificuldade. Quando você parte de uma coisa simpática, melhora”.

Esta é a segunda vez que Fernanda dedica um álbum inteiro a um ícone da bossa nova. A primeira homenageada foi Nara Leão, em 2007, quando a cantora fez seu debute na carreira-solo. O projeto de regravações não deve parar em Tom, mas Fernanda mantém o segredo sobre o próximo nome. “Eu acho que quando a gente tem uma ideia e ela demora a sair, perde força e entusiasmo”, avalia. 

Porém, fãs mineiros de Fernanda Takai e/ou Tom Jobim podem ser organizar: a primeira data de turnê de divulgação do “Tom da Takai” é dia 16/06, em Belo Horizonte. Infelizmente, outras capitais terão que esperar até o fim da Copa do Mundo para conferir o show.

Quanto ao futuro, Fernanda é misteriosa: “Posso adiantar que estamos com uma coisa muito legal, não é um disco e já está em em processo de finalização. Mas só sai ano que vem”. Ficamos curiosos!

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