Alguns diretores renomados, como Spike Lee, Jean-Luc Godard e o vencedor do Oscar 2013 Pawel Pawlikowski (“Ida”) encabeçam a lista de filmes que concorrem à principal categoria, Palma de Ouro, no Cannes Film Festival deste ano.
A seleção de indicados divulgada nesta quinta-feira (12), no entanto, surpreendeu pela seleção que pouco centralizada no cinema norte-americana e também pouco estrelada, pelo menos de acordo com os padrões de Hollywood.
Na lista, há cineastas de países como Egito, Japão, China, Líbano e Coreia do Sul.
A participação brasileira fica por conta do diretor Joe Penna, com o filme “Arctic”, e da estreia mundial de “O grande circo místico”, de Cacá Diegues.
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O diretor do evento, Thierry Frémaux, explicou que a seleção mais diversa, com diretores pouco conhecidos e até estreantes, foi proposital. A proporção entre diretores e diretoras, no entanto, deixou a desejar e levantou uma série de críticas ao festival.
Durante entrevista coletiva, ele reconheceu citou movimentos como Time’s Up e Me Too e prometeu rever os conceitos do evento. Mas garantiu que nunca apoiará “dar vantagens às mulheres simplesmente porque são mulheres”.
Netflix
Outra polêmica envolvendo a edição 2018 do festival é a saída da Netflix da competição.
A plataforma, que ano passado apresentou títulos de sucesso como “Okja” e “Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe”, fez surgir uma onda de críticas de outras produtoras, exigindo que a organização do evento aplicasse à plataforma as mesmas normas de “janelas temporais” aplicadas aos outros filmes.
Funciona assim: depois de apresentar o filme em Cannes, ele não pode estar disponível de forma gratuita em nenhuma plataforma doméstica (internet, televisão etc) por 36 meses, período em que o filme deve passar por instâncias como outros festivais, cinemas e plataformas on-demand.
A Netflix, enquanto plataforma de streaming, escolheu não seguir essa norma e retirou suas produções do evento, apesar de apelos pessoais de Frémaux para que não o fizesse.