Desde 2014, a Casa Amarela – mansão construída no início do século XX na Rua da Consolação – funciona como centro cultural e casa do Quilombo Afroguarany, o primeiro quilombo urbano da cidade de São Paulo.
Nesse meio tempo, o espaço já recebeu mais de 200 mil visitantes, que participaram de mais de 50 mil horas de programação cultural.
Prestes a completar quatro anos, o espaço enfrenta sua 4ª tentativa de reintegração de posse, dessa vez a pedido do INSS, órgão responsável pelo imóvel tombado em 2006.
Em carta aberta, o Laboratório Compartilhado TM13, gestão responsável pela administração da casa, explicou a confusão que levou a justiça a marcar a reintegração para esta terça-feira (20).
“No mesmo terreno que a Casa Amarela, existem três numerações diferentes. O Quilombo fica no número 1075, que está em perfeitas condições. Os outros dois (1047 e 1059) onde vivem algumas famílias, estão condenados, em ruínas, correndo o risco de desabar”.
O texto explica ainda que a Casa Amarela, apesar de antiga, teve sua estrutura restaurada na década de 1990 e “está em plenas condições de abrigar as atividades”.
A organização recebeu o aviso de reintegração há algumas semanas e está se mobilizando, com a ajuda de advogados voluntários, para evitar o despejo. Um abaixo-assinado em apoio à organização acumula cerca de 300 assinaturas.
Em sinal de resistência, a Casa Amarela começou nesta segunda-feira (19) uma vigília cultural que seguirá ininterrupta por 72 horas.
A “Virada Cultural Afroguarany – Quilombo Vivo contra a Reintegração de Posse” reunirá debates, oficinas, espetáculos de dança, teatro e rap. Confira a programação completa.