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Xênia França: “Existe uma cultura de invisibilidade da mulher negra”

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A cantora Xênia França é a convidada da nova edição do podcast Aos Cubos, que você escuta semanalmente aqui em RG. No bate-papo, a artista baiana, que integra o grupo Aláfia e lançou em 2017 seu primeiro álbum-solo, Xênia, falou sobre empoderamento e negritude, além de música, claro. Militante, ela crê que a representatividade sozinha, no Brasil, não é suficiente – mas, ainda assim, é um ponto que importa muito.

“A maioria das pessoas negras está em escassez completas – falta saúde, educação, amor e carinho, entendimento de si próprio e do seu próprio realizar. Até outro dia, me sentia desconfortável nesse papel de ‘sou uma representante’ porque já tenho que me auto-representar. Tenho uma responsabilidade comigo mesma muito grande de não vacilar todos os dias. É importante, para mim, estar atenta e ser coerente com tudo o que penso, digo e faço”.

 
https://api.soundcloud.com/tracks/413545770

 

Segundo Xenia, existe uma cultura de invisibilidade da mulher negra na sociedade. “Todas as mídias vem se esforçando (para dar visibilidade), mas ainda falta muita coisa”, acredita. As mudanças, porém, estão em processo. “Em sua maioria, as mulheres negras não são escolhidas porque não são vistas com olhar de beleza, desejo ou inteligência. Esse padrão de comportamento ainda está muito arraigado”, ela diz, acrescentando: “Tenho amigas negras espetaculares: incríveis, lindas, inteligentes, donas de seu próprio nariz, com seu próprio dinheiro e decididas. Mas estão solteiras – às vezes estão superfelizes com isso, sem precisar mostrar um homem como um troféu. Como diria Rihanna: I’m Not Looking for a Man (não estou procurando por um homem, em tradução livre, referindo-se à entrevista de 2014, no lançamento de uma fragrância de perfumes)”.

 
Apesar de romântica, a cantora baiana fala que a mulher cresce com uma visão deturpada de amor. “A gente cresce e reproduz que a mulher tem de ser subserviente, fazer de tudo para conquistar um homem, marido, e quando tem a grande honra de encontrar esse príncipe, tem de fazer de tudo para não perdê-lo. Isso é muito errado. Já acreditei, porque aprendi até certa parte – minha mãe nunca foi muito conivente com essa ideia. Ela sempre me ensinou a ser muito independente, lutar, trabalhar e ter meu dinheiro. Mas por causa da TV e dos filmes, a gente acaba escorregando nesse lugar e se iludindo com algumas ideias de que vai encontrar um príncipe”.

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