Top

Em passagem pelo Brasil, electro-duo Disclosure sonha em parceria com Stevie Wonder

Por André Aloi

Os irmãos-gatos Guy e Howard Lawrence, que formam o duo eletrônico Disclosure, desembarcam no Brasil esta semana para shows no Rio de Janeiro (30.09) e São Paulo (02.10) depois de uma passagem por Buenos Aires, na Argentina – de onde o primeiro conversou com RG, que é media partner do evento, por telefone. Esta é a segunda vez da dupla por aqui, que veio em 2015 para o Lollapalooza, mas dessa vez é diferente: um show somente deles.

Se há um adjetivo que incorpore bem a essência desses irmãos produtores é “trendy”. São tendência até mesmo para artistas consagrados. Já trabalharam com Sam Smith, The Weeknd e Lorde. É culpa deles que os anos 90 estão tão em alta na música. “É um prazer (saber dessa influência). Quando estamos em um projeto, queremos sempre fazer algo novo e nos divertimos fazendo pop music”, explica. “Mas não esperem nada novo esse ano. Queremos férias depois da tour. Não temos Natal nem Ano Novo há sete anos”, ri.

Caso pudessem escolher uma pessoa para colaborar, definitivamente, seria Stevie Wonder – apesar de não terem conhecido. “Somos fãs. Adoraríamos entrar no estúdio, ver como é a produção musical, acompanhá-lo com o piano”, explica. “É sempre bom trocar experiências com artistas já consagrados, como foi o caso de Mary J. Blige, mas também os novos, que ainda não estouraram”.

Um disco depois (“Caracal”, de 2015) da mais recente apresentação por aqui e um EP, “Moog For Love” (2016), Guy informa que vem música nova na performance ao vivo desses últimos trabalhos. “Não estamos trabalhando em nada novo. Estamos imersos na turnê. Vamos tocar coisas que nunca tocamos ao vivo aqui antes”, revela.

Entre as coisas que estão ouvindo no momento, estão o novo do Frank Ocean (“Blonde”), e outras coisas mais “estranhas”, de artistas experimentais. Um dos irmãos, Howard, é fanático por música brasileira, como samba, e de Tom Jobim. “Ele gosta da pegada da bateria e o potência que a música tem”, fala Guy sobre o gosto do irmão.

Há algo que os dois não esquecem da passagem pelo Brasil: o quanto os fãs são maravilhosos, em suas palavras, e a comida. “Lembro de como foi o Lollapalooza, uma energia sem igual. Um dos lugares mais receptivos (no mundo). Cantavam junto, sei que não tocamos muitas vezes no Brasil, só uma vez, então sei que o show será bom por causa dessa recordação”, lembra. “As pessoas sabem as letras, cantam… Era incrível, pois nunca tinha acontecido algo semelhante com a gente”, pontua.

Como qualquer irmão, eles adoram estar juntos – mesmo que saia uma briga aqui ou ali. “Como a gente passa muito tempo em aviões, hoteis, tendo um ao outro nos ajuda a se sentir como se estivesse em casa”. Se pudesse dizer qualquer coisa sobre a banda, que ninguém sabe, ele diz que é uma pergunta muito difícil. “Possivelmente seria algo muito embaraçoso e pesado. Acho melhor não responder isso”, finaliza.

Mais de Cultura