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“Encontro de show com cinematografia”, explica Tiago Iorc na direção de seu primeiro DVD

Um só take, sem cortes. Foi assim que Tiago Iorc quis registrar a turnê de seu mais recente disco, “Troco Likes” (2015, Slap). O filme-concerto, dirigido pelo próprio cantor, será exibido nos cinemas na próxima semana. Estreia oficialmente dia 27 e vai virar DVD. Foram dois dias de gravação, em abril deste ano, no Teatro Estação Gasômetro, em Belém (PA).

O primeiro serviu de ensaio, o outro foi pra valer. Não podia ter nenhum erro, se não, teria de começar do zero. Iorc surge assumidamente como diretor de um longa pela vez. Tinha tudo marcado: onde o público entra, em qual momento ele aparece. Só não há diálogos com a plateia, apenas interação e cumplicidade com coro e palmas. “Até então, tinha feito outras coisas com auxílio de outras pessoas, o que foi legal porque me deu confiança para chegar nesse momento”, crava. “Um encontro de show com cinematografia. Por isso, foge da trivialidade de como me comporto em um show”.

O repertório é uma celebração do mais recente trabalho, por isso não há participações especiais. “Foi uma oportunidade de registrar esse momento que estou, vivenciando com as pessoas. Eu não tinha feito um registro ao vivo ainda. E não tinha tido esse interesse. O que está acontecendo nos shows hoje me despertou essa vontade. ‘Nossa, tá muito bonito isso, quero eternizar de alguma forma’. É como se fosse uma 3×4, por isso o repertório é todo do ‘Troco Likes’, com inserções de músicas que gosto e fogem um pouco do repertório”.

Se desse tudo certo, ele é o responsável. Se desse ruim, o mesmo. “Tudo que antecedeu foi meu trabalho enquanto diretor. Tive que preparar a equipe para que, enquanto estivesse no palco, não precisasse estar atuando como diretor. Naquele momento em que começa a gravar, sou o músico. Acho que isso foi o mais especial de encontrar uma forma de passar a ideia para as pessoas da equipe, em como queria capturar, e ficou muito próximo do que faria, caso estivesse com a câmera na mão”.

O formato voz e violão não é novidade. Que o diga a nossa MPB. Mas dar ares monumentais, ainda que intimista. está para artistas do naipe de Ed Sheeran, que inclusive lotou estádios com a performance só ele e seu instrumento musical. Mas não chegou a ser inspiração para o brasileiro. “Esse (show em Wembley) assisti partes, mas não chegou a ser inspiração. Mas é interessante essa similaridade. A essência ser a canção, voz e violão, e essa ser a conexão com as pessoas. Não precisa nada mais”.

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Incomodam um pouco as viradas bruscas de câmera, mudando de angulação rapidamente entre o público e o artista em “Cataflor”, última música após a famosa “Amei te Ver”. “Fala sobre encontrar belezas dentro de um universo possível e o foco ser isso. E a dispersão daquilo ser qualquer outra coisa. Tentando encontrar uma linguagem para específica. O que queria, e passei para os operadores de câmera, era que tivesse a agilidade para chegar no ponto que quisesse, mas que quando chegasse tivesse estabilidade para contemplar aquela flor. Então, por isso, tem esse movimento que – particularmente – amo. Pode causar um certo desconforto, ao mesmo tempo é muito preciso. Pois ele gira a câmera, mas é muito preciso quando ele encontra o que tem de achar”.

Para ele, a escolha de “Cataflor” como última canção ao invés de seu maior hit (“Amei te Ver”) indica que essa pode ser a maior catarse, mas pelo êxtase. “Essa última tem a ver com coletividade, abraço. Acho que esse é o desfecho que fazia mais sentido com o filme. A celebração é desse encontro dos universos que estavam ali, de celebrar”.

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Sobre cantar sobre coisas apaixonantes e revisitar sentimentos passados, não é incômodo, desde que não se romantize esse sentimento saudosista. “Muitas vezes, uma música foi inspirada por uma coisa que vivi, uma faísca ou vontade de algo que gostaria. Pra mim, é uma coisa mais cíclica. Já teve alguma música (filme ou livro) que gostava muito em determinada época e volta a ouvir em outro momento? Ela mexe de outras formas porque você está mudado. Vejo como uma reverberação disso”, pontua.

O filme-concerto será exibido nos dias 27 e 29 de setembro, em sessões únicas em salas de cinema espalhados pelo País. Clique aqui e veja a lista das cidades.


VIDA PESSOAL
Depois de viver um relacionamento com Isabelle Drummond, cujo fim foi esmiuçado pela imprensa, o cantor sempre comenta o assunto com muito respeito à ex. Desconversa quando tenta-se puxar algo sobre reaproximação, que pode ter acontecido em uma recente viagem dela aos Estados Unidos, mesmo período em que ele estava em Nova York.

Mas na última semana, Iorc esteve linkado com outra atriz, que estava com ele na pré-estreia de seu DVD no Rio de Janeiro: Tatá Werneck. Na ocasião, os dois escreveram diferentes plaquinhas para mostrar para os paparazzi, do tipo: “não estamos namorando” ou “é só sexo sem compromisso”. Ela ainda brincou, falando que só aceitou ir ao cinema porque achou que fosse o Luan Santana, de quem é fãzona.

Colocado na parede, não se rende. “A gente é muito querido um do outro, e a gente se adora. Só isso”, ri. Mas é a única frase que comenta sobre o assunto. Não diz se estão namorando, se conhecendo… Se tem alguma atriz que ele gostaria de trocar likes, como diz o nome do DVD, fala que é Jennifer Lawrence. “Pena que ela não está nas redes sociais”, brinca. E brasileira? “A Tatá, né?”, grita uma assessora. Ele ri, repete o nome da atriz. E é só isso…

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