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Performances dramáticas: The 1975 e Christine and the Queens no Apple Music Festival, em Londres

Por Carol De Barba, de Londres

A banda The 1975 foi a headliner do segundo dia de Apple Music Festival 10, mas a ótima surpresa foi mesmo a convidada Christine and The Queens (que também abriu para Elton John, no domingo (18.09). O evento acontece na The Roundhouse, em Camden Town, entre os dias 18 e 30 de setembro (com streaming ao vivo para quem é assinante do serviço!). RG tem lugar garantido na plateia dos principais shows do line up a convite da Apple.

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Special Guest: Christine and The Queens

Guarde bem este nome: Christine and The Queens tem tudo para ser a próxima sensação da música indie – ou “freakpop”, como ela prefere definir. A francesa de 28 anos, cujo nome de batismo é Héloisë Letissier, é formada em teatro, tem uma forte relação com a dança contemporânea, a performance e outras artes visuais, e uma bela pitada de influência da cena dragqueen londrina.

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Apesar do tipo mignon, Héloisë tem vocais poderosos e uma presença de palco fortíssima. Dispensa figurinos e cenários elaborados, contando apenas com um pequeno grupo de bailarinos, todos jovens aparentemente comuns que poderiam tranquilamente estar na plateia. Ao contrário de outra artista conhecida pela ligação com a dança, Sia, a francesa é parte fundamental das coreografias e interage o tempo inteiro com os dançarinos – no fim da apresentação, inclusive, apresentou um por um como parte da banda.

No discurso, traz muitos temas recorrentes para sua geração, especialmente a sexualidade. Pansexual assumida (para os pansexuais, atração sexual e amor não tem sexo nem identidade de gênero), Héloisë chegou a brincar com o público em um dado momento, reclamando que o mundo andava muito “straight” – usando o duplo sentido de certinho X heterossexual.

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As músicas, cantadas tanto em francês quando em inglês (às vezes com uma charmosa mistura dos dois idiomas), são do tipo que colam instantaneamente – no fim da canção, você já está cantando junto! Além do sensacional cover de “Sorry” (Beyoncé) que ela apresentou no BBC Live Lounge, ouça “Saint Claude”, “Tilted” e “No harm is done”.

Headliners: The 1975

A grande atração da noite, The 1975, cumpriu – e muito bem! – a promessa de um show incrível. A performance de uma hora e meia foi impressionante tanto musical quanto visualmente.

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O palco montado para o quarteto indie de Manchester ganhou cubos e colunas que interagiam com extravagantes projeções luminosas – às vezes, eram apenas luzes coloridas, em outro momento parecia que a banda dentro de uma televisão “fora do ar”. A certa altura, a The Roundhouse se transformou na paisagem noturna de uma cidade. Cenário perfeito para a profundidade sonora da banda.

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O performático vocalista Matt Healy, que subiu ao palco de smoking e gravata borboleta, deixou tudo ainda mais dramático com um simples pedido ao público, antes de tocar “Me”. Matt disse estar ciente de que tudo era transmitido ao vivo pela internet e que, bem, esse é o mundo em que vivemos hoje. “Vamos fazer só uma música em que sejamos apenas nós e vocês, sem nenhum telefone. Vamos esquecer 100% dos telefones e usar apenas nossos olhos e corações para aproveitarmos a companhia um do outro”.

O set list incluiu músicas do novo trabalho, “I like it when you sleep, for you are so beautiful yet so unaware”, assim como hits de toda a carreira do The 1975 – estratégia certeira para agradar tanto os fãs que lotaram a casa e quanto quem assistia ao live stream.

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