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Clássicos de Deborah Colker a muitos metros do chão

Em ano de Jogos Olímpicos no Rio, Deborah Colker, que assina a Direção de Movimento da cerimônia de abertura, reúne suas peças mais atléticas e acrobáticas para a tradicional temporada no Teatro Alfa, que começa hoje, 23 de junho, e termina no dia 3 de julho. “Velox” (de 1975) e “Rota” (1997), estão juntinhos no mesmo palco, dando vida ao espetáculo “VeRo”.
No primeiro ato o palco é vertiginosamente vertical, onde os bailarinos dançam por uma parede de 7 metros de altura. Aqui, a linguagem é mista entre ballet clássico e contemporâneo, com leveza e humor disputando espaço entre a força (muuuuuita força) e velocidade – justificando a referência ao nome. A peça é absolutamente rápida e precisa, forjando alguns dos traços mais marcantes que se mantém ao longo de toda a carreira de Colker.
Quando “Rota” entra em cena no segundo ato, a ideia é levar o público a um ambiente sem gravidade. Os bailarinos flutuam, perdem a densidade, são lentos e milimétricos, revelando um equilíbrio fora do comum. É de “Rota” uma das imagens mais icônicas do histórico da companhia: a roda vermelha, gigante, no centro do palco. Ali, o elenco dança entre escadas a uma distância de 5 metros do chão, sempre em movimentos circulares, causando um impacto visual difícil de sair da memória.
Para quem ainda quer argumentos para comprar seu ingresso, saiba que esses espetáculos carregam uma importância histórica da mudança de status da dança contemporânea no Brasil, com recomhecimento da crítica e admiração do público. Já viraram clássicos!

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