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“Podem ir de olhos fechados”, diz Rafael Vettori, um dos criadores do festival Path

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Por André Aloi

Acontece neste sábado e domingo (dias 14 e 15.05) o festival Path, que reúne palestras, shows, exibições e muito mais. A ideia é discutir comunicação, música, cinema e assuntos correlatos. “Buscamos pessoas que sejam agentes de transformação, protagonistas mesmo. Via de regra essas pessoas trabalham com paixão, ética e otimismo, e tem algo a dizer. (…) Podem ir de olhos fechados”, explica um dos organizadores, Rafael Vettori, que ao lado de Fabio Seixas assina também a curadoria. Abaixo, você confere o bate-papo com RG, que orgulhosamente é media partner do evento.


RG: Qual a principal mudança este ano do festival?
Rafael Vettori: O festival está maior e mais lapidado. Nunca dedicamos tanto tempo à pesquisa e curadoria das atrações, e acho que o público vai sentir isso. Para compor a grade de palestras, buscamos pessoas que sejam agentes de transformação, protagonistas mesmo. Via de regra essas pessoas trabalham com paixão, ética e otimismo, e tem algo a dizer, conhecimentos para dividir. É lindo de ver. Além da nossa pesquisa, recorremos a parceiros que são experts em suas áreas, para que o resultado final seja consistente.

RG – Como vocês pensaram nessa oferta toda de palestras, shows, exibições etc.?
RV: Já para os shows trabalhamos ao longo do último ano com curadores muito bacanas, como a gravadora YB, e os produtor Daniel Bacchieri (streetmusicmap) Dilson Laguna (Sofar). E no cinema acredito que a mudança seja maior: esse ano, ao invés de uma mostra, teremos um festival de cinema documental. Achamos esse formato muito mais estimulante e contamos com o auxílio da produtora Letícia Santinon (Vitrine Filmes) para coordenar a seleção, e de jurados gabaritados como Charly Braun, Marina Person, Fernando Luna (Trip) e outros. Mas é claro que metemos o bedelho em tudo e nada passa batido por nós.

RG – Como fazer o festival se sobressair à oferta de shows e toda essa programação que São Paulo já oferece?
RV: O festival Path será sempre sobressalente, porque nenhum outro evento reúne tantas atrações em um espaço de tempo tão curto. Além disso, buscamos o ineditismo o tempo todo, seja nas palestras, shows ou filmes. E, além dessas três vertentes de conteúdo, o Path é temperado com outras atividades, como festas, feira gastronômica, rodadas de negócios, exposição de arte, gastronomia e mais. Não tem igual.

RG – Vocês são considerados o SXSW do Brasil, a inspiração vem de lá mesmo?
RV: Vem sim. Quando voltamos, em 2013, percebemos que não havia em São Paulo um evento que permitisse a convivência entre vários temas e públicos. Sempre houve e sempre haverá eventos com conteúdo de qualidade em uma cidade rica e diversificada como a nossa, mas até o Path tudo era muito segmentando. Para nós, é imperativo misturar para inovar.

RG – Como vocês encaram a expansão do festival em meio à crise, mas ainda com um preço acessível?
RV: Em um ano de transformações como o que estamos vivendo, achamos prudente deflagrar um plano de contingência para que não fôssemos afetados pela paralisação dos investimentos em marketing. Aumentamos o número de ingressos a venda e revisamos orçamentos. É assim que se amadurece um negócio, uma empresa. Obviamente, não adotamos nenhuma medida que colocasse em risco a qualidade curatorial e a experiência do Path como um todo. Em que a formação de vocês ajudou na criação do festival.

RG – Em que momento da carreira estavam, que resolveram: “vamos fazer isso juntos”?
RV:
Minha trajetória é um pouco torta, no bom sentido. Me formei em direito, advoguei na área de fusões e aquisições, fiz teatro, atuei em peças e comerciais, produzi set de filmes publicitários, fui produtor executivo de projetos de TV e cinema e atendimento em agência de pesquisa de consumo. Só depois desse percurso todo é que me senti pronto para empreender. Em 2013, quando fui conhecer o SXSW (evento de inovação e cultura em Austin, EUA) senti um desconforto bom. Isso porque o festival oferece muitas atrações incríveis simultaneamente, e não dá pra estar em tudo ao mesmo tempo. Voltei pro Brasil decidido a criar algo parecido aqui e encontrei no Fabio o sócio ideal, pois ele também tinha acumulado uma experiência super rica. Acho que representamos bem a geração do ‘slash/slash’: fazemos de tudo, temos a mente aberta, queremos aprender mais e mais. E essa é a essência do Festival Path.

RG – Em qual tipo de público estavam pensando ao montar a programação deste ano?
RV:
Inovamos ao fazer um único evento que para muitos públicos diferentes. No fim, buscamos todos que têm dentro de si algum tipo de inquietação ou uma curiosidade aguçada.

RG – A ideia de vocês é mais que as pessoas estejam para lá para ouvir (as experiências dos palestrantes) ou estejam para trocar opiniões?
RV: 
Ambos, é tudo uma questão de oportunidade.

RG – Quais são as agendas de vocês? O que não dá pra perder no festival?
RV: 
Estarei trabalhando o tempo todo, mas de alma lavada pois entrevistei a maioria dos palestrantes. Todos são maravilhosos, podem ir de olhos fechados.

Foto: Vitor Neves/Divulgação

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