Top

RG entrevista: “Vão ter que me aturar”, diz Pablo Morais, que após “Velho Chico” se dedica à música

Por André Aloi

Aos 23 anos, o ator Pablo Morais está recomeçando a carreira. O aquariano de 4 de fevereiro de 1993 vai se dedicar à música depois do sucesso na primeira etapa da novela “Velho Chico”, na TV Globo, como Cícero. Ele passou o bastão para Marcos Palmeira. “É apenas o início da minha caminhada. Vocês vão ter que me aturar”, diz, aos risos.

Leia mais: A série fotográfica sensual de Kim Kardashian no Instagram

Ele faz show na noite deste domingo (24.04), no Clubhouse Rio, em Ipanema, somente voz e violão. Ele apresenta músicas autorais e covers, como “Coração Bobo” de Alceu Valença. A tour ainda passará por São Paulo, Minas Gerais e Porto Alegre.

Morais tem um EP já gravado, que tem a participação de Seu Jorge em uma das músicas e conta com a participação de Alessandra Ambrosio em um dos clipes. Ele também se prepara para gravar seu primeiro álbum cheio. “Podem esperar”, explica.

Leia mais: Coachella: veja o estilo dos meninos (da plateia e do palco!) no festival

Em entrevista, o ator e cantor falou sobre seu novo começo como ator, que teve de passar dois meses sem lavar o cabelo e sem cortas as unhas, seu passado como modelo, o que gosta de fazer nas horas vagas e quais os próximos passos. Também comentou as comparações com Cauã Reymond e no que ser fotógrafo de RG o ajudou na carreira. Scroll!

RG -Dá um certo medo começar algo novo ou você tem a tranquilidade de saber que se não der certo tem a fotografia para te assegurar?
Pablo Morais – Estou com 23 anos, é apenas no início da minha caminhada. Vocês vão ter que me aturar (risos).

RG – Além da atuação, você também se dedica à música. Você toca algum instrumento, canta? Pensa em lançar algo sério solo? 
PM – Toco violão e componho músicas. Cheguei a gravar um EP em Nova York e em uma das músicas canto com Seu Jorge, meu ídolo e amigo. A música chama “A bola não Cai” e o clipe tem a Alessandra Ambrosio como musa.

RG – Além do trabalho solo, você também atua em duas outras bandas. Quais são elas?
PM – A Tribo, um projeto meu de MPB e folk maracatu. E com o coletivo Tinta Preta, capitaneado por Liana Padilha. É um show dançante. Fazemos sempre em festas na madrugada. Pra dançar mesmo. Adoro cantar… se deixar, canto o dia todo. Perturbo mesmo (risos). Já já vou lançar um álbum de musicas autorais. Podem esperar.

Leia mais: Fofura diplomática: príncipe George conhece Barack e Michelle Obama

RG – Agora que a sua participação na novela acabou, já tem planos?
PM – Estou em um grupo de estudos de Shakespeare na Globo mesmo. É muito bom poder estudar dentro da empresa em que trabalho. Fico muito feliz em fazer parte desse grupo. Depois, vou fazer cinema e uma outra novela, que ainda não posso falar muito.

RG – Queria que você me falasse um pouquinho dessa nova empreitada: ser ator. Foi algo que surgiu agora ou você sempre teve essa vontade?
PM – Sempre estudei teatro. Minha formação é de ator. Quando cheguei no Rio, sou de Goiania, fui estudar no grupo teatral ‘Nos do Morro no Vidigal’. E depois fiz uma peça, ‘Os Sete Pecados Capitais’, no CCBB do Rio. E também estudei no Teatro Laura Alvin com Daniel Herz.

RG – Você sente a pressão de ser comprado ao Cauã Reymond? Porque as pessoas falam da semelhança… Te incomoda?
PM – É natural a busca por sucessores. Fico feliz com a comparação. Conheço e gosto muito do Cauã. Como pessoa e como artista. Temos muita coisa em comum mesmo. Somos morenos, boca grande, gostamos de esporte, fazemos trabalho com moda, gostamos do sol, da praia…. Quando encontro com ele, rimos muito dessa comparação toda.

Leia mais: “Kylie está passando por uma metamorfose incrível”, diz médico das Kardashians

RG – Quando não está atuando, o que gosta de fazer ? É mais da praia, do surfe ou da piscina e o relax?
PM – Quando não estou trabalhando, gosto de tocar violão e fazer trilha com meu cachorro. Sou muito relax. Gosto de ficar quieto com amigos em casa.

RG – Você assiste a seriados? O que gosta de ver na TV, além da novela? 
PM – Gosto de ver seriados, como “Breaking Bad”, “House of Cards”, “Prison Break”, “Better Call Saul”…. Adoro essas séries. Fiquei louco com Wagner Moura em “Narcos”. Fico querendo ver uma (série) atras da outra.

RG – Você gosta de se ver? Sente que tem melhorado? Como é esse lance de se ver na TV? É bom ou fica se criticando?
PM – Gosto de me ver sim. Fico meio paralisado me vendo na TV. É engraçado. Fico sem piscar, grudado na TV. Acho que melhorei muito. Mas quero cada dia aperfeiçoar minha interpretação.

RG – Na segunda parte da novela, seu papel será de Marcos Palmeira… Vocês conversaram sobre como seria criar esse personagem?
PM – Marcos é um ídolo. Fico muito feliz que ele vai dar continuidade a Cicero. Conversamos sim. Fizemos preparação no galpão do Luiz Fernando Carvalho no Projac e foi muito bom para unir o elenco das duas fases. Marcos me disse a frase que Cicero fala sozinho sobre Tereza… Se ela não for minha não vai mais ser de ninguém. Rimos muito. Espero que ele consiga ficar com Tereza. (risos)

RG – No que ser fotógrafo de RG te ajudou nessa caminhada?
PM – Trabalhei para RG como fotografo no começo da minha carreira. Estava morando em São Paulo e foi muito bom para eu conhecer e saber os nomes das pessoas. Nunca vou esquecer que cobri como fotógrafo para RG todos os shows da Amy Winehouse no Brasil. Foi demais. Vi todos os shows dela. Foi inesquecível. Depois fui IT GUY (uma seção da época da revista) e logo depois uma APOSTA RG (outra seção). Só me deu alegria e visibilidade.

RG – O que mais te marcou durante a passagem pela RG? O que vem à sua memória?
PM – Me marcou ter que saber quem são as pessoas. Eu não sabia (risos). Tinha acabado de chegar em São Paulo. Foi divertido!

Leia mais: Cauã Reymond faz primeira aparição com nova namorada, no amfAR

RG – O que você já tinha feito antes de entrar em “Velho Chico”?
PM – Eu morava em Nova York e trabalhava de modelo. Cheguei a fotografar com os melhores fotógrafos do mundo: Mario Testino, Bruce Weber, Mert and Marcos e Terry Richardson, só para citar alguns. Veio o teste para fazer a série global ‘Suburboa’, fiz e passei. Voltei ao Brasil para fazer a série, que tinha direção do Luiz Fernando Carvalho. Adorei fazer o vilão Bacana. Depois, fiz uma participação na novela ‘Sangue Bom’, também na Globo. Fui fazer cinema e séries de TV.

RG – Como era seu personagem nessa novela das 21h? No que ele se assemelha à sua personalidade ou o que seu você emprestou pra ele?
PM – Cicero é passional, assim como eu. Emprestei meu corpo para esse jagunço que se joga sem medo de nada. Fiquei dois meses sem lavar o cabelo e sem cortas as unhas. Tive muitas cenas num sol abrasador e tive que tomar muita água para hidratar porque a roupa do meu personagem era cheia de ferramentas e acessórios, como revólver, faca, gibão, espora, chapéu, colete etc.

RG – Quais eram seus parceiros de cena e no que eles te ajudam a entrar no personagem?
PM – Julio Machado, Barbara Reis e Rodrigo Santoro foram os que eu mais contracenei. Julio e Barbara criaram comigo uma parceria familiar. São atores que me deixaram muito à vontade em cena. Julio – e sua brilhante composição de personagem – ajudou a Cicero ser do jeito que imaginei. Tendo Clemente como pai dá pra entender a composição do meu personagem. Rodrigo foi um gentleman. Um ator que sabe exatamente o que quer e onde quer chegar. Estava o tempo todo concentrado em fazer o melhor para a cena. Observei muito ele e me inspirei muitas vezes o vendo em cena. É de uma parceria fora do normal. Um ator afim de que tudo seja da melhor forma. Adorei contracenar com ele. Uma aula mesmo. E fora de cena, um cara espetacular. Fala baixo, olha no olho e está sempre preocupado com o todo. Um prazer trabalhar com ele.

RG – Tem alguma coisa que a gente não tenha conversado e gostaria de acrescentar?
PM – Queria falar também que tenho um projeto de poesia e arte. Um projeto de interação artística. Chama “Lacuna”: um espaço em branco para ser preenchido. Um encontro de artistas de diferentes vertentes. Acontece duas vezes por mês, no Clubhouse Rio. Reúno poetas, atores, artistas plásticos, músicos, diretores, autores. Tudo livre e sem roteiros. Uma pratica intelectual de poesia, fluxo de palavras, musicadas ou não. Textos ou experiencias. Sorrisos ou um silencio observador. Tudo vale. Lacuna foi criado para experimentar possibilidades.

Mais de Cultura