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“Sou romântico mesmo”, diz João Suplicy, que estreia show em SP

Por André Aloi

“Acho que eu sou um romântico mesmo e, no show, conto isso. Percebi que quando estou, de fato, apaixonado, faço música sem parar”. A frase é de João Suplicy, que vai levar seu quarto para o Ao Vivo Music Hall, nesta sexta (08.04), em Moema, em SP. É um novo show, baseado em seu programa semanal “Violão Ao Vivo do Quarto”, quando apresenta faixas inéditas e covers no Facebook Live, em sua página na rede social, ao vivo de sua casa. Mas é verdade, seu quarto será recriado em cena..

Ele descarta a possibilidade de duetos, mas quem sabe não role uma participação de seu pai, Eduardo Suplicy, ou o próprio irmão, Supla. Na apresentação, ele conta as histórias de quando se apaixonou e fez determinada música em homenagem ao amor, ou quando conquistou outra mulher, e não deu certo. Todas as faixas são autobiográficas, meio que um relato de sua vida. “Tem uma de quando estava apaixonado por uma garota e ela não estava afim, que virou o blues ‘Deixa o Tempo Trabalhar’.”

Há ainda “Dicionário do amor” e outra chamada ‘Tudo Ou Nada”, todas quase inéditas (porque já havia apresentado em seu semanal), que ele pretende reunir em um EP até o fim do ano. Até lá, vai soltar singles , um por vez, nas plataformas digitais. Ele revela que não está namorando ninguém agora e há uma uma música – chamada “Solteiro e Vagabundo”, cuja letra diz: “Daquele amor já me despedi, agora tá tudo bem, não devo nada a ninguém, quero sair por ai (…) Eu tô na pista, pode procurar. Também estou no virtual (…) Largado no mundo, vou ficar até que chegue outro amor para me apaixonar”.

Apesar de a letra citar relacionamentos em tempos de Tinder (rede social de relacionamentos, destinada a encontros), ele diz que não saiu em nenhum date com alguém que conheceu no aplicativo. “Não, não”, riu. A letra fala sobre a patrulha digital, de quando alguém curte a foto do outro etc. “Dentre essas músicas, tem algumas que foram feitas há algum tempo, mas não cabiam no conceito da banda, o Brothers Of Brazil (seu projeto de verve mais rock ao lado do irmão, Supla”, explica. “Muitas ficaram esperando o momento correto pra ganharem vida”.

Segundo ele, enquanto o repertório de sua banda era a maior parte em inglês, as novas faixas flertam com a música popular brasileira – isso, se você considerar Paralamas do Sucesso e Arnaldo Antunes como parte dessa vertente, mais do que Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque. “Tenho referências muito diversas, mais amplas do que a MPB, como Blues e Rock. De muitas coisas que coloco na minha música, e não me importo (sua classificação), componho muito mais focado num Blues ou compor um Samba e transformar ele num Rockabilly. Uso essas referências, do que ouvi a vida inteira, pra fazer minha música”.

Esse formato voz e violão permite infinitas possibilidades. Ao vivo, ele vai fazer um cover de Elvis Presley e, em outro momento, interpretar Vinicius de Moraes com Baden Powell. No mínimo, curioso!

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