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Com direito a protesto, Maroon 5 dispara metralhadora de hits no primeiro show em SP

Por André Aloi

Adam Levine e companheiros de Maroon 5 se apresentaram nesta quinta-feira (17.03), em SP. Com pouca interação, a apresentação de 1h30 só não foi econômica nos hits , que soou uma metralhadora – com foco no mais recente álbum “V” (Universal, 2014). O vocalista deu uma desafinada aqui e ali, mas quem é fã, saiu de lá satisfeito. Quem não é, também. Os momentos de falta de voz eram ofuscados por reboladas do frontman, que levava a plateia ao delírio quando fazia movimentos mais fortes com os quadris. O palco era atração à parte, com gigantes telões, que mostravam geométricas e suntuosas formas.

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Ápice de sex appeal, no bis, o cantor empunhou sua guitarra cor-de-rosa-choque sem camisa. Antes desse momento, o público se lembrou do imbróglio no Planalto – com instauração de Impeachment contra a presidente Dilma e a posse do ex-presidente Lula na Secretaria de Governo no mesmo dia – e, ao invés de pedir mais um, começou a gritar: “Fora Dilma, fora PT”. Mas não demorou muito para Adam voltar para mais algumas músicas em um momento acústico e o público esquecer que pagou até R$ 650 pelo ingresso – outros desembolsaram até US$ 900 (cerca de R$ 3.250) para chegar mais perto da banda no M&G.

Demorou quatro músicas para Adam trocar as primeiras palavras com a plateia: “Vamos lá, galera”. Duas músicas depois, e uma toalha com suor jogada para a pista VIP, ele estabeleceu o primeiro diálogo. Perguntou como o público estava se sentindo, apresentou os outros componentes e então disse “Obrigado” em um portuguễs enrolado. Agradeceu mais uma vez e comentou que eles amavam quando o público cantava com eles. Dali pro final, quase não ouve mais uma simbiose, exceto os inúmeros “iê-iê-iês” que ele pedia para os fãs repetirem e as chatas firulas vocais.

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Adam parecia se divertir ao lado do guitarrista James Valentine, enquanto ele balbuciava notas musicais e o músico o imitava no instrumento. Ou quando pegava sua própria guitarra e fazia um barulho entre uma música e outra. Só em “Sunday Morning” sua voz convenceu de que era a mesma do CD, tamanho empenho nos falsetes. Logo depois, anunciou que aquela era uma noite especial. Afinal, à meia-noite seria seu aniversário (ele completa 37 anos nesta sexta, 18.03). Num discurso quase protocolar, agradeceu aos fãs, disse que os amava e que eles eram os melhores do mundo. Neste momento, a banda estava toda à frente do palco. Aproveitaram para cantar, à capela, “Payphone”. Encerrou ali? Claro que não…

No bis, Adam voltou com Valentine para cantar “Lost Stars” apenas ao violão, enquanto a plateia levantava seus celulares acesos. O coro seguiu em “She Will Be Loved”. Terminou de forma apoteótica com “Moves Like Jagger” coladinha a “Sugar”. Os fãs entraram em colapso quando ele tirou a camiseta molhada de suor para mostrar as mil e uma tatoos. Ainda bem que já estava no final, pois muita gente ali não tinha ido apenas para vê-lo cantar. Pra quem perdeu, neste sábado (19.03), eles voltam a se apresentar no Allianz Parque. Ainda há poucos ingressos.

VEJA O SETLIST:

Animals
One More Night
Stereo Hearts
Harder to Breath
Lucky Strike
Wake Up Call
Love Somebody
Maps
This Love
Sunday Morning
Payphone
Daylight

BIS
Lost Stars
She Will Be Loved
Moves Like Jagger
Sugar

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