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Lolla Party: Alabama Shakes leva fãs à loucura com show em SP

Por Gui Moraes

Por quanto tempo você já ficou aplaudindo uma mesma banda? Certamente, se esteve no show do Alabama Shakes, nesta terça-feira (14.03), pode responder que foi por muito tempo, muito mesmo. As 3 mil pessoas que estiveram no Audio Club para o soul rock de Brittany Howard foram a loucura e para cada música, uma salva de palmas incansável.

Infelizmente, como vários shows em SP, tinham pessoas que foram pela festa e mal sabiam o poder da banda principal. Mas, para compensar, uma parcela enorme do público estava lá para cantar o mais alto possível, com aquela lágrima de emoção escorrendo pelo rosto. A abertura ficou por conta do Cold War Kids, que embalou e fez o público cantar as principais músicas e os hits “First” e “Hang Me up to Dry”. Acredito que a maior dificuldade da banda foi ter que competir com a ansiedade da plateia pelo que viria na sequência. Eles mesmo quiseram ficar mais depois de se apresentar, só para poder assistir!

Bastou Brittany, sua banda e seus backing vocals soltarem as primeiras notas de “Future People” para perceber sinergia entre eles. Na sequência, todas as músicas pareciam aqueles hits em que as letras ficam guardadinhas na cabeça: “Dunes”, “Hang Loose”, “Rise” e “Heartbreaker”, só para citar as primeiras. Os fãs queriam garantir uma foto aqui e um vídeo ali, mas poucas vezes vi um público tão focado em apreciar o show, provavelmente impressionados com o poder das vozes e dos instrumentos que estavam ali.

Nas baladas mais calmas como “Joe” e “Guess Who”, era possível ver diversos casais se abraçando e indo para lá e para cá, sem tirar o olho do palco. Casais, inclusive, de todas as idades. Dos 20 e poucos anos até os de 50 anos para mais. Foi lindo de ver. Para o final, dizendo que esperou três anos para voltar ao Brasil e que o “Lollapalooza foi divertido, mas não via a hora de estar aqui esta noite”, Brittany guardou três potentes músicas: “Sound & Color”, “You Ain’t Alone” e “Over My Head”, maravilhada com a recepção de todos.

De toda a apresentação, o mais importante é perceber o quanto a vocalista consegue quebrar paradigmas e mostrar a que veio. Uma mulher, negra, que não pesa os 40 quilos ditados pela moda e que comanda uma banda de sucesso mundial. Além disso, é uma das vozes mais potentes da atualidade.

Volte logo, Alabama!

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