Por André Aloi
Já pensou em revisitar o local onde os Beatles fizeram shows? Ou então se teletransportar para a famosa Abbey Road, rua onde os quatro músicos gravaram dezenas de CDs? Será possível com a mostra The Beatles Experience – uma exposição com objetos raros da banda (memorabilia), que recriará cenários, com videomapping (projeção em vídeo 3D), e fará com que o espectador reviva a experiência de ter visto os Beatles ao vivo. Ficará em cartaz no Shopping Eldorado, em São Paulo, entre os dias 20 agosto e 8 de novembro.
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Os detalhes desta parceria estão sendo firmados nesta semana pelos produtores Carlos “Branco” Gualberto (responsável, entre outros projetos, pela criação da Rock Street do Rock in Rio de 2012, dedicada à Inglaterra), Christian Tedesco e Rodrigo Tedesco (do grupo Tom Brasil), sob curadoria de Ricardo Alexandre – estudioso dos garotos de Liverpool, esteve à frente de diferentes trabalhos editoriais, inclusindo o livro “Beatles” (2003). Inicialmente, o projeto passa pelo Brasil, mas uma parceria com um fundo londrino e o Visit Britain (empresa que ajuda a promover o Turismo na Inglaterra) deve catapultar o “museu vivo” a outros países, incluindo a Olimpíada de Tóquio, em 2020.
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Ainda em fase de captação, os empresários devem arrecadar R$ 16 milhões para dar vida ao projeto. Na instalação, montada no estacionamento do shopping, serão recriados momentos da carreira deles, como Abbey Road e o Cavern Club, e não só reunir itens de colecionador. As pessoas vão experienciar mais do que apenas ver uma exposição. Vamos viver a história mais do que aprender”, explica Christian. “Coisas que as pessoas não conhecem”. Há interesse em trazer os últimos Beatles vivos, Paul McCarteney e Ringo Starr, para a abertura mostra, ou então Yoko Ono (viúva de John Lennon), mas ninguém foi contatado ainda.
A escolha de Ricardo Alexandre para a curadoria é simples, explica Christian. “Além de ser curador e estudioso da música, é curador nato, escreveu livros, é um beatlemaníaco apaixonado. Todo mundo que está entrando no projeto ama os Beatles”, comenta, explicando que o projeto está acontecendo desde o encontro deles no Rock in Rio, há três anos.
CONTEÚDO
Ricardo Alexandre conta que está à frente do conteúdo desde o início, transformando a ideia, estrutura e conjunção de bons parceiros em algo editorial. “O conceito original era que fosse referencial, que fosse um lugar para ir mais do que pudesse conhecer. Em primeiro lugar, tem a roteirização da exposição como um todo, que se construiu a partir de dois conceitos: geográfico e cronológico. Transporta o visitante para lugares ‘sagrados’ da história deles e temporal. Com viés cronológico, de início, meio e fim. Esses dois vetores contam a história, pontos importantes. A partir disso, surgiu a ideia do que você vai ver, como itens originais – que haverá – ou semelhantes (réplicas)”.
Segundo o curador, sabe-se que os próprios Beatles são colecionadores de seu acervo e têm comprado itens raros. Entre os que são considerados o “santo graal” dos Beatles – e se dependesse só dele, gostaria de ver na mostra – são a carteira escolar onde Paul estudou e o LP do álbum branco número 1 (cuja tiragem original é numerada). “A gente está fechando acordos com acervos do mundo inteiro, entrando em contato arquivistas. Temos sido bem recebidos e ficado surpreso com, por exemplo, a colaboração do Cavern Club – que é um dos parceiros – com posteres (de acervo) e material da época. Em algumas semanas, poderemos revelar coisas muito mais legais”, pontua.