Por André Aloi
Os quase todos septuagenários Rolling Stones – Mick Jagger e Keith Richards têm 72 anos, Charlie Watts, 74, e Ron Wood, 68 – se apresentaram no estádio do Morumbi, em São Paulo. Em uma de suas conversas com o público, o frontman brincou com famosa frase: “beijinho no ombro” (em referência à música de mesmo nome da funkeira Valesca). O show durou cerca de duas horas, terminando por volta de 23h30, e foi um passeio por clássicos. Fazia 18 anos que a banda não tocava na capital paulista.
Leia mais: Saxofonista e backing vocal dos Rolling Stones fazem pocket show no Baretto
O título deste texto tem a ver com o formato do palco. Coberto por um telão em alta definição ao fundo, em volta dele havia luzes coloridas que pareciam a moldura de um quadro. Daí vem a referência. Mas não só isso. Claro que ver Stones é algo único. Uma energia e vigor que dentre palavras e frases, não dá exprimir tamanha emoção. Sem surpresas, começaram o setlist com “Start Me Up” e seguiram com “It’s Only Rock N Roll”. Nas primeiras palavras com o público, o vocalista brincou em um português enrolado: “E aí, moçada?”. A apresentação tem ‘repeat’ no sábado (27.02).
GALERIA: Os famosos no show dos Rolling Stones, no RJ
Mick mostra que a vitalidade é algo que se conquista ao longo dos anos. Em cena, ele dança, pula, abaixa, corre de um lado a outro do palco. Seu semblante era de alguém contente com o que via: uma plateia lotada, cantando em peso suas músicas. E pelas tantas vezes que citou, estava emocionado em pisar em SP depois de 18 anos sem tocar por aqui. “São Paulo é a cidade da garoa, como Londres”, comentou – uma fina garoa se estendeu do início do show até pelo menos metade da apresentação.
Ronnie Wood e Keith Richards, entre um cigarro e outro, também eram só felicidade. Tocavam com o entusiasmo de quem estava começando. E não precisavam nem se esforçar em ganhar o jogo. O público estava lá por eles, pra jogar com eles. Charlie Watts, ao fundo, era só sorrisos. Apesar de serem conhecidos por não mexer muito no setlist – 14 faixas dessa turnê “Olé” são fixas -, a escolha do repertório pareceu agradar e contemplar o público, formado de forma heterogênea (de casais novos a antigos apaixonados, com ou sem filhos, e grupos de amigos).
A pedido do público, eles tocaram “Bitch”, que venceu votação no Instagram, ao invés de”Like A Rolling Stone” (de Bob Dylan) – escolhida pelo público no Rio de Janeiro. Também trocaram “Angie” por “Happy” e “Beast of Burden”. O bis contou com a participação do Coral Sampa, que ajudou a banda a cantar “Can’t Always Get”. De forma catártica – com direito a queima de fogos – encerraram com “(I Can’t Get No) Sarisfaction”.
SETA PRA VER QUEM PASSOU POR LÁ!