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A Vaga: “Segue calor dos acontecimentos”, diz diretor de série olímpica, que reestreia na HBO

Por André Aloi

Estreia nesta quinta-feira (18.02), na HBO Brasil, a segunda temporada de “A Vaga”, uma série original do canal pago que narra a história de superação de atletas olímpicos. Desta vez, a produção documenta quatro modalidades esportivas: vôlei de praia feminino, ginástica artística masculina, boxe masculino e judô masculino.

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“Na primeira temporada, cada episódio tinha um tema pré-determinado (relação treinador e família, competição, lesão, limite dos atletas, moradia etc.). Ao mesmo tempo, a gente tinha que mostrar a evolução. Foi muito legal, mas deixava a gente amarrado. Nosso desafio agora era não ter esses temas. Os episódios fluírem de acordo com o calor dos acontecimentos e encontrar os assuntos. Eles entram muito numa rotina: acordam, treinam, fazem fisioterapia e competem”, diz Gustavo Ribeiro, diretor de alguns episódios da produção.

A produção mostra a rotina de atletas, como Diego Hypólito (ginástica artística), Rafael Baby (judô), Barbara Seixas e Carol Salgado (vôlei de praia), que buscam a tão sonhada vaga Olímpica. Eles começaram a filmar no fim de 2013 e gravaram até 2014. Ainda faltam dois episódios para ser gravados para culminar com a seleção das equipes que vão defender o Brasil nas Olimpíadas do Rio 2016. “Para mim, foi uma grande descoberta porque não fazia a menor ideia de que tinham essa vida”, comenta.

O que mais despertou a atenção de Ribeiro foi o esforço e privações que estes atletas enfrentam para defender suas modalidades. “Eles são todos muito jovens – 19 ou 20 anos – e abrem mão do que uma pessoa não-atleta faz. Absolutamente tudo, pois a vida dele é treinar no sétimo dia tem que descansar. Não é que ele vai sair e jogar uma bola”, exclama. A série elucida ainda os atletas lesionados, que perdem auxílio do Governo. “Eles precisam mostrar resultado. E você pode ficar até dois anos afastado. Sei que o Ministério (dos Esportes) tem um dinheiro ‘xis’ para todas as modalidades”, comenta.

“Dedicação é o mais impressionante”, diz o diretor. “É uma carreira curta. O Diego Hypólito, por exemplo, é dos mais velhos e não tem trinta anos”, emenda, explicando o potencial de medalhas para o Brasil. “Estamos na melhor fase da ginástica olímpica do Brasil”. O diretor ainda narra a relação de confiança não só com os atletas, mas com a equipe técnica, famílias etc. “Ficou mais fácil porque gostaram da primeira temporada, mas o ano que passou – porque é classificatório – havia uma preocupação em resguardar os atletas. Começou a ter, na ginástica olímpica, cabine de imprensa. Como havia essa relação, a gente conseguiu filmar mais vezes exclusivamente, mas não muitas”.

O que acho ele acredita ser interessante ressaltar é que todos os atletas competem muito entre eles, mas ao mesmo tempo convivem muito entre si. “O seu inimigo e o seu amigo estão ali no seu encalço. Todos se respeitam muito, mas sabem que competem entre eles. Então, tem sempre que superar, e estão juntos desde cedo. O atleta está mirando o melhor amigo e a falha de um pode ser a vitória do outro”, pontua Ribeiro. A escolha dos esportes tem a ver com a concorrência entre iguais. “Era do nosso interesse mostrar disputa meio que homem a homem. Porque, por exemplo, no futebol e vôlei é muita gente. Queríamos concentrar em poucas pessoas e tivesse uma disputa de igual para igual”.

O diretor diz ainda que não tinha relação nenhuma com todos estes esportes. “Gostava de assistir boxe, mas não acompanhava muito. Ginástica Olímpica achava bonito pela plástica e vôlei era muito difícil porque não conhecia e judô também. Hoje em dia, sou praticamente um expert. Me deparo e assisto não só porque tenho que acompanhar. O mais legal da série é que ela mostra o lado mais humano do esporte e faz você se identificar e querer torcer. Torço por todos estes atletas”, finaliza.

Além disso tudo, um assunto muito polêmico é tratado na série: o doping. São apresentados opiniões de atletas, técnicos e médicos sobre o assunto para esclarecer como as substâncias ilícitas podem impactar na vida do esportista. A produção conta com nove episódios e dois especiais de uma hora de duração cada, reunindo os fatos que desencadearam as conquistas das vagas. Narrativas emocionantes reconstroem as trajetórias daqueles que vão viver o sonho olímpico, com a conquista da cobiçada vaga nas Olimpíadas Rio 2016.

A Vaga tem direção geral de Rodrigo Meirelles que assina criação em parceria com Andrea Barata Ribeiro. A série é produzida pela própria Andrea e Bel Berlinck, da O2 Filmes, Luis F. Peraza, Roberto Rios e Maria Angela de Jesus da HBO Latin America Originals.

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