Por André Aloi
Tim Burton está no Brasil! Depois de conhecer a praia e o Carnaval cariocas, esteve na exposição que leva seu nome, em cartaz no MIS até maio, na capital paulista. RG esteve com o diretor de cinema, em coletiva de imprensa, quando ele falou sobre a mostra. “Sinto-me como um fantasma, como se tivesse morrido e olhando minha vida, assistindo às coisas que já fiz. É um pouco estranho. Mas como a montagem daqui foi feita de um jeito tão belo, fico mais confortável do que se apenas meus quadros fossem pendurados na parede”.
Com ingressos esgotados para os primeiros dias, “O Mundo de Tim Burton” tem um lote especial à venda. Saiba aqui!
Como a exposição está dividida por sentimentos, medo é o que mais define seu trabalho. “Tenho, claro, muito mais emoções. É por isso que gosto do jeito que foi montada a exposição aqui do Brasil. A cultura de vocês, de se expressar e se mostrar… Eu venho de Burbank, na Califórnia (EUA), onde as pessoas são muito rígidas e fechadas. Vocês são mais abertos e criativos. E é disso que gosto”, comenta. Ele teve um gostinho da nossa cultura brasileira no Carnaval, que mescla o freak e o bizarro, característicos de suas obras. “Sinto-me mais feliz aqui. De um jeito estranho, me sinto mais em casa do que no meu próprio país. E só faz dois dias que cheguei”, brinca.
Citando a arte da rua e a paixão do brasileiro, também comentou que ficou surpreso com tamanha comoção em torno dele, com fãs pedindo selfie na praia, no sambódromo e mais tarde na abertura para convidados. “Participar do Carnaval do Rio foi uma experiência incrível, minha primeira vez aqui no Brasil. Fiquei surpreso. Estou muito feliz de estar aqui. Quero agradecer ao MIS por proporcionar uma experiência incrível”, comentou, dizendo que o que mais o atraiu foi o escorregador. “É como se fosse uma casa maluca de um parque de diversões. Vou pedir para que esteja presente em todas as exposições. Porque é incrível”.
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Para ele, descrever os melhores e seus piores filmes é como se pedissem para falar qual seu filho favorito. “Alguns são mais bonitos, outros mais feios. Mas todos são seus filhos. Talvez ‘Mãos de Tesoura’ ou ‘Os fantasmas Se Divertem’, que talvez sejam os mais pessoais (e ainda ‘O Estranho Mundo de Jack’). Para mim, mesmo quando a obra não é minha – é o caso de ‘Alice’ -, tento torná-la a mais pessoal possível, já que pus muito tempo nela e nasce como se fosse um filho”. Fã de Zé do Caixão, o artista disse que já assistiu aos seus filmes e todo o tipo desse segmento “estranho”, que cresceu vendo. “É o tipo de filme que gosto, os mais trash. É o tipo de filme que faço”.
Questionado sobre a mostra estar mais focada na construção de seu universo do que nos filmes que fez, ele rebate: “os itens da expo nunca foram pensados para serem vistos ou expostos. Eram projetos e ideias que tinha. Não me considero um grande artista ou cineasta. O que tem de melhor é que inspira as pessoas a desenvolver seu lado artístico, a criar, seja com um desenho. As crianças se inspiram muito, também. E esse é o maior elogio que posso receber. Quando era criança, eu não falava muito, tinha problemas para me expressar e comunicar. Acho que ainda tenho. Às vezes, as pessoas não entendem o que quero dizer. Apesar de alguns desenhos serem um pouco obscuros, fico feliz, porque fico feliz em desenhar. É algo que me impulsiona”.
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NOVOS PROJETOS
Depois de dirigir duas sequências de Batman (“O Filme”, de 1989, e “O Retorno”, de 1992), ele diz que está fugindo dos super-heróis. “Eu acho que não tem mais para fazer filme. À época, senti um certo nervosismo por conta dos estúdios, porque os longas com essa temática costumavam ser mais alegres e coloridos. Estava explorando um novo território. É incrível ver que as pessoas ainda têm apetite para novos filmes, todo ano. Mas eu não acho que gostaria de fazer. Talvez eu faça o stainboy (Menino Mancha)”, comenta.
Tim também se esquiva de falar sobre projetos que estão em curso. “Tenho bastante experiência para falar que não dizer qual vai ser meu próximo. Porque eu não sei. Só sei mesmo quando estou fazendo um filme, estou no set de gravação, rodeado de atores e pessoas trabalhando. Até lá, você não sabe o que pode acontecer. Tenho muitos amigos que embarcam em projetos que não acontecem. É um pouco doloroso”, explica seu Super-Homem que não saiu do papel.
Mas de sua mente pululam projetos o tempo todo. Prova disso são os guardanapos com desenhos feitos por ele. “É o reflexo de que eu passo muito tempo em bares, que não é uma boa coisa. Mas é um jeito de comunicar. Não com outras pessoas, mas me conectar com emoções e sentimentos comigo mesmo. Não durmo também quanto gostaria”, pontua.
O diretor também não fala sobre uma continuação de “Os Fantasmas se Divertem“, com Beetlejuice, talvez seu personagem mais famoso. “Já li por ai que eu até já fiz. É um personagem que adoro muito. Se sentir que for a hora, vou fazer. Encontrei com Michael Keaton ano passado – e não nos víamos fazia 20 anos -, e tivemos uma ótima conversa. Há sempre uma possibilidade. É um personagem muito especial para mim, que se tiver de ser feito, tem de ser da maneira certa”. Sobre “Alice Através do Espelho”, diz que ainda está trabalhando no filme. “Eu sou melhor fazendo as coisas do que falando sobre elas”.
INGRESSOS ONLINE
A partir das 12h desta sexta-feira (12.02), o MIS coloca à venda um novo lote de ingressos online para a exposição. A venda é exclusiva pelo site e aplicativo da Ingresso Rápido. Os tickets são exclusivos para os dias 17, 18, 19 e 20 de fevereiro. As entradas serão vendidas de hora em hora com lotes das 10h às 20h (17, 18 e 19.2) e das 9h às 21h (20.2). O valor do ingresso é de R$ 40 (inteira) e R$20 (meia-entrada).
NA BILHETERIA
Também nesta sexta-feira (12.02) e sábado (13.2), o MIS venderá ingressos exclusivos para as mesmas datas. Na sexta a bilheteria abre às 9h, com sessões de hora em hora até às 20h, e no sábado, os ingressos serão vendidos a partir das 15h30, com sessões entre 16h e 21h. As entradas custam R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia) e são válidas apenas para a data da compra.